POTENCIAL DE CRESCIMENTO DA MALHA DE DUTOS BRASILEIRA É DEBATIDO DURANTE A RIO PIPELINE

FONTE: Petronotícias

O segmento dutoviário tem grande potencial de expansão no país com a abertura do mercado de gás natural e a maior produção do pré-sal, além de ser uma alternativa de transporte que permite a movimentação de grandes volumes de combustíveis com menores emissões de gases do efeito estufa. Essas são algumas das conclusões dos debates na Rio Pipeline 2021. O presidente do IBP, Eberaldo de Almeida Neto (foto principal), destacou que os desinvestimentos da Petrobrás no segmento de dutos e a Nova Lei do Gás Natural abrem muitas oportunidades de crescimento desse mercado, atraindo investimentos para o país. Ele diz que o  Brasil ainda possui uma rede dutoviária  pequena,  o equivalente a 2% da malha de gasodutos dos EUA, por exemplo.  A demanda atual de gás natural no mercado nacional gira em torno de 90 milhões de m3/dia. Desse total, aproximadamente 40 milhões de m3/dia são ofertados por produção nacional.  Deste volume,  76% são oriundos do pré-sal.

Alexandre Cerqueira, gerente de assuntos regulatórios de energia da América do Sul da Shell, vê espaço para o desenvolvimento de hubs e projetos integrados de gás para setores como as indústrias química e de fertilizantes. Para alcançar este objetivo serão necessários, afirma, investimentos em novas infraestruturas.  Já Gustavo Labanca, presidente da TAG, que também acredita na diversificação do uso do gás, destacou que ter a malha integrada é fundamental para a manutenção de um mercado sustentável no longo prazo, atrair mais agentes e gerar mais competição.

Integrar o sistema dutoviário de gás natural para atender às demandas do setor elétrico é mais um dos desafios que a infraestrutura da cadeia de downstream tem pela frente, segundo os palestrantes. Edmar Almeida, professor do Instituto de Energia da PUC-Rio, ressalta que há muito espaço para o crescimento dos modelos de negócio da geração térmica a gás: “É importante que as térmicas entrem para o sistema de transporte para aproveitar a oportunidade da indústria do gás.”

A  movimentação rodoviária de combustíveis e outros derivados de petróleo impõe limites ao crescimento econômico e à plena segurança do abastecimento do país. Para o gerente de Soluções Integradas e Otimização da Transpetro, Juter Isensee Neto,  os dutos são uma forma segura e limpa para o transporte de combustível. “Temos um potencial gigantesco para a área de dutos e a Petrobras não pode ser o único agente”, declarou. Como exemplo de menores emissões, o gerente citou o oleoduto que liga São Paulo a Brasília, transportando 800 mil m3 de produtos por mês. Para transportar a mesma quantidade de combustível, seriam necessárias 13.345 viagens de caminhão, que consome diesel.

Heloisa Borges Bastos Esteves, diretora de Estudos de Petróleo, Gás e Biocombustíveis da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), destacou que o setor de óleo e gás, que utiliza o transporte dutoviário, precisa se apoiar em três pilares rumo à transição energética: aumento da eficiência, evolução tecnológica e uso de fontes renováveis.   A Rio Pipeline, um dos mais importantes eventos do segmento de dutos do mundo, acontece neste ano de modo virtual até amanhã (11), e tem a participação de mais de 1.270 congressistas de 26 países.