TÉRMICAS A GÁS NATURAL DOMINARAM PROCESSO DE CONTRATAÇÃO SIMPLIFICADA DE GERAÇÃO DE ENERGIA
FONTE: Petronotícias
A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) realizaram hoje o leilão simplificado de 2021 para contratação emergencial de geração, criado pelo governo para enfrentar a situação de escassez hídrica no país. Ao todo, foram contratados 17 empreendimentos, totalizando 1.221 MW de potência, sendo duas usinas solares fotovoltaicas, uma termelétrica a cavaco de madeira e 14 termelétricas a gás natural.
As usinas vencedoras são dos seguintes estados: Rio de Janeiro, Espírito Santo, São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondônia. O preço médio de venda negociado no leilão foi de R$ 343,22/MWh para o produto quantidade e de R$ 1.599,57/MWh para o produto disponibilidade. A contratação foi realizada na forma de energia de reserva e o suprimento deve ser feito entre maio de 2022 a dezembro de 2025.
Segundo o Ministério de Minas e Energia, no caso das termelétricas a gás, “o CVU médio declarado é de R$ 685,00/MWh, patamar inferior aos custos variáveis das usinas que estão atualmente sendo chamadas a operar para contribuir com a confiabilidade do sistema e com a preservação dos recursos hídricos”.
Algumas entidades criticaram o resultado do leilão. Para o Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA), o preço médio de contratação do certame ficou mais de sete vezes maior do que o preço final de gás natural em leilões recentes no ambiente regulado (R$210,84/MWh, no Leilão A-6 de 2019).
Além disso, a entidade acredita que foi cumprido o objetivo de cobrir o déficit de energia nos submercados Sul e Sudeste/Centro-Oeste, até a entrada de usinas contratadas no leilão de energia nova A-5, em 2026. “Entretanto, o exorbitante preço final das termelétricas terá impacto nas tarifas de eletricidade”, disse o IEMA.
Enquanto isso, a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) lamentou que a fonte representou apenas 3% de toda a potência disponível no certame. A expectativa da associação é que, com a baixa contratação de menos de 1% de energia solar mais competitiva em contrapartida com mais de 97% de contratação de termelétricas a gás natural, a conta de luz dos brasileiros continue a subir nos próximos meses.