Oji Papéis Especiais avança em expansão de R$ 500 milhões em SP
FONTE: Valor Econômico
Projeto elevará em 75% a capacidade de produção de papéis térmicos, usados principalmente no varejo e pelos bancos em extratos, cupons fiscais e recibos em geral
Maior fornecedora de papéis térmicos e autocopiativos no Brasil, a Oji Papéis Especiais, do grupo japonês Oji Holdings Corporation, está perto de colocar em operação a expansão da fábrica de Piracicaba (SP). Com investimento superior a R$ 500 milhões considerando-se o câmbio atual, o projeto elevará em 75% a capacidade de produção de papéis térmicos, usados principalmente no varejo e pelos bancos em extratos, cupons fiscais e recibos em geral, com redução de custos e melhoria de qualidade dos produtos, viabilizando sua entrada em mercados mais exigentes.
De acordo com o presidente da Oji Papéis Especiais, Agostinho Monsserrocco, a expectativa é inaugurar a expansão, anunciada no fim de 2019, em dezembro. Do investimento total, cerca de 20% ainda não foram desembolsados e serão aportados na etapa de comissionamento. O projeto foi financiado integralmente pela holding japonesa, que centraliza a gestão de caixa do grupo.
“A grande aposta é em papéis térmicos porque o crescimento da demanda tem sido consistente no Brasil e na América Latina”, disse Monsserrocco. Com o investimento, a produção de papéis térmicos da Oji saltará de 80 mil toneladas anuais para 140 mil toneladas ao ano. No total, a fábrica que hoje está apta a produzir 120 mil toneladas de produtos por ano poderá chegar a 160 mil toneladas anuais após a expansão.
No Brasil e na América Latina, o consumo desse tipo de papel tem crescido a taxas anuais de 4% a 6%, na esteira do avanço da impressão térmica e do uso de cartões de crédito e débito, que foi impulsionado também pela pandemia de covid-19. Além disso, a adoção crescente de autoadesivos contribui para a maior procura de papéis térmicos. Entre 60% e 65% da produção atual é vendida no mercado doméstico e o restante, exportado sobretudo para outros países da América Latina.
A Oji também produz no país papel autocopiativo, cujo mercado sentiu o impacto da chegada na nota fiscal eletrônica e encolheu, e sublimação, utilizado na indústria têxtil. “Ainda há uma demanda grande de autocopiativo em documentos não fiscais”, explicou o executivo.
O projeto de expansão contemplou a instalação de uma nova máquina de revestimento (“coater”) e reforma dos demais equipamentos, incluindo a máquina de papel, que ganhará em termos de velocidade e qualidade do produto final. Sua conclusão acontece no ano em que a Oji Papéis Especiais completou uma década de operação no país, em setembro. Hoje são 600 funcionários e 50 novas vagas devem ser abertas com a expansão.
Conforme o executivo, a estratégia do grupo é crescer em mercados fora do Japão e a Oji Papéis Especiais foi uma das operações incluídas nessa estratégia. A empresa, segundo Monsserrocco, está entre os dez negócios mais relevantes da Oji Holdings Corporation, que ainda no Brasil é acionista majoritária da Cenibra, produtora de celulose de eucalipto em Belo Oriente (MG).
Fundado em 1873, o grupo japonês emprega 35 mil pessoas no mundo e atua em quatro continentes com mais de 300 subsidiárias e unidades fabris.