Paralisação da Fiol aumenta pressão para venda da Bamin
Brazil Iron fez proposta mas não tem exclusividade; consórcio de BNDES, Cedro e Vale ainda avalia ativo
FONTE: Pipeline Valor.
Por Silvia Rosa — São Paulo
A paralisação das obras do trecho 1 da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), na Bahia, nesta semana aumenta a pressão para a venda da Bamin. A ferrovia faz parte do complexo que inclui mineração e porto, e pertence ao grupo Eurasian Resources – que, sem fôlego para continuar o desenvolvimento, busca um comprador capitalizado para o negócio.
Há dois interessados no ativo: a Brazil Iron, que já fez uma proposta mas não tem exclusividade na negociação, e um consórcio formado pela Cedro Participações, BNDES e Vale, que ainda não tomou a decisão de colocar uma oferta, apurou o Pipeline.
O projeto da Fiol conta com três trechos, que vão totalizar 1,5 mil quilômetros de extensão, ligando o futuro Porto de Ilhéus à cidade de Figueirópolis, no Tocantins, com conexão à Ferrovia Norte-Sul. Vai demandar quase US$ 5 bilhões em investimentos. Só para terminar o trecho 1, que está 75% concluído, o investimento estimado é de pouco menos de US$ 1 bilhão.
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) abriu investigação para apurar a suspensão das obras. O projeto está no escopo do novo Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) do governo.
A britânica Brazil Iron fez uma proposta de US$ 1 bilhão, dado o tamanho do capex ainda pela frente, para levar a Bamin e assinou um contrato de confidencialidade – mas só passa a ter exclusividade na negociação mediante um primeiro pagamento. A empresa já teria os recursos para financiar o projeto, que envolveria financiamento de bancos, agências de exportação e parceiros operacionais, apurou o Pipeline.
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A empresa está interessada principalmente na parte logística, para escoar a produção de seu projeto de minério e ferro briquetado a quente na Bahia. Se não levar a Bamin, a Brazil Iron pode tentar negociar com o comprador da empresa um acordo para usar a infraestrutura logística da Bamin.
Já a Cedro, do empresário mineiro Lucas Kallas, está em conversas com potenciais investidores, incluindo fundos árabes, para financiar o projeto em parceria com a Vale e o BNDES. A Vale não ficaria com mais de 50% do projeto, já que a mina tem uma produção relativamente pequena, de menos de um milhão de tonelada atualmente, e não teria sinergia com a operação da mineradora, que não tem projetos na região.