Braskem inicia estratégia para enfrentar ciclo de baixa da indústria petroquímica
Movimento envolve usar menos nafta e mais etano como matéria-prima em suas instalações produtivas no Brasil
FONTE: InfoMoney.
SÃO PAULO (Reuters) – A Braskem (BRKM5) começou a por em movimento um plano para lidar com um ciclo de baixa da indústria petroquímica global mais longo que o histórico, algo que envolve usar menos nafta e mais etano como matéria-prima em suas instalações produtivas no Brasil.
“Não vemos uma recuperação desse ciclo nos próximos cinco anos, provavelmente veremos nos próximos dez”, disse o presidente-executivo da maior petroquímica da América Latina, Roberto Ramos, em entrevista a jornalistas após divulgar prejuízo bilionário no quarto trimestre do ano passado.
No acumulado de 2024, o prejuízo líquido foi de R$ 11,320 bilhões, uma deterioração de 147% ante 2023
“Precisamos reduzir nossa exposição à nafta e substituí-la por etano, seja o produzido pela Petrobras nos campos offshore, mas também via mistura de etano na nafta”, disse o executivo, citando que o custo do etano é de US$250 a tonelada enquanto o da nafta está em US$650.
O plano da Braskem foi iniciado com o anúncio mais cedo de que a empresa vai estudar a ampliação de capacidade do polo petroquímico de Duque de Caxias (RJ) com o uso de etano a ser fornecido pela Petrobras, uma negociação que Ramos afirmou que está nos “estágios finais” com a estatal.
Além da central de Duque de Caxias, a única da Braskem no Brasil a lidar com etano sem mistura, a estratégia também inclui aumentar a proporção do gás na combinação com nafta atualmente usado em instalações do grupo na Bahia e no Rio Grande do Sul, disse o executivo. A expectativa é aumentar essa mistura de 10% de etano para 20%.
“Portanto, vamos buscar chegar em todos os nossos fornos que craqueiam nafta a uma mistura de 20% de etano ou mais ainda com propano… isso nos dará um diferencial competitivo maior e margens maiores com muito pouco ou nenhum investimento”, disse Ramos, sem dar detalhes sobre as economias de custos ou margens esperadas nos próximos anos com a estratégia.