Venda da Bamin pode ser concluída no 1º semestre
FONTE: Bnamericas.
As negociações para a venda da mineradora brasileira de minério de ferro Bahia Mineração (Bamin) estão avançando, com chances cada vez maiores de um acordo ser concluído neste semestre, revelou à BNamericas fonte familiarizada com as negociações.
O cazaque Eurasian Resources Group colocou a Bamin à venda no ano passado, atraindo o interesse de um consórcio liderado pela Vale. O consórcio também inclui a Cedro Mineração e o BNDES.
“Neste momento, eu diria que o fator mais crítico para avançar esta transação é a decisão da Vale. Como líder do consórcio e uma grande empresa de capital aberto, a Vale tem um processo de tomada de decisão um pouco mais lento. Dito isto, é de fato possível que uma decisão sobre a aquisição seja tomada nos próximos meses, no primeiro semestre deste ano”, disse a fonte.
Se as negociações forem bem-sucedidas, a Vale assumiria o controle acionário da Bamin, detendo entre 50% e 60% de suas ações. A Cedro Mineração deteria até 30%, com o restante ficando com BNDES.
A aquisição seria avaliada em aproximadamente US$ 1,2 bilhão.
“O governo brasileiro manifestou apoio às negociações, o que facilita a participação do BNDES”, acrescentou a fonte. O governo também exerce alguma influência sobre a Vale, principalmente porque o governo Luiz Inácio Lula da Silva quer que a mineradora invista mais em ativos e projetos brasileiros.
Esta semana, representantes das empresas envolvidas nas negociações se reuniram com autoridades do governo brasileiro, incluindo o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, durante o Future Minerals Forum, realizado na Arábia Saudita.
O envolvimento do BNDES nas discussões e no consórcio é particularmente importante, pois o banco pode fornecer financiamento para os projetos de logística da Bamin.
Em 2022, a empresa anunciou planos de investir R$ 20 bilhões (aproximadamente US$ 3,3 bi) para desenvolver a mina Pedra de Ferro e a rede logística de apoio, incluindo a linha férrea FIOL e o Porto Sul.
Diante do aumento dos custos do projeto e dos desafios para garantir financiamento, o atual controlador da Bamin começou a considerar a venda.
Até o fechamento desta reportagem, Vale e a Bamin não haviam respondido às perguntas enviadas pela BNamericas.