Estaleiro EBR concluiu a entrega de módulos que serão instalados no FPSO P-79, mas polo naval do Rio Grande vive futuro incerto

FONTE: Petronotícias.

Sentimentos diferentes em Rio Grande (RS). Embora ainda haja indefinição sobre a quantidade de novas demandas para a região, os trabalhadores do polo naval têm um motivo para se orgulhar. O EBR (Estaleiros do Brasil) acaba de fazer uma importante entrega para a Saipem, contratada da Petrobrás para a fabricação e montagem de módulos que serão instalados na FPSO P-79. Ao todo, foram cinco módulos, que irão rumo à Coreia do Sul, onde serão integrados. A fabricação foi iniciada em 2022 e envolveu mais de 3.500 profissionais. Em apenas um dos módulos (M-10), o peso estimado é de 4.128 toneladas, sendo 500 de tubulação.

Foi um projeto complexo, que envolveu muitos profissionais e impulsionou a mão de obra local, nos municípios de São José do Norte e Rio Grande (RS). No EBR, recebemos toda a engenharia do cliente para a construção dos módulos, que precisaram ser fabricados e montados com precisão impecável, antes de serem soldados em navios de embarque. O sucesso da entrega foi garantido pela forte integração entre as áreas do estaleiro e pela dedicação de todos os envolvidos”, disse o Gerente do Empreendimento (EBR), Francisco Emanuel Ricardo Junior (foto abaixo, à direita).

1633570494743Dos cinco módulos, três deles já embarcaram rumo à Ásia: o módulo 04, a ser utilizado para a remoção de dióxido de carbono; o módulo 14, uma unidade composta por tanques de armazenagem de produtos químicos, bombas e laboratório para análises físico-químicas de todas as fases do processo; e do módulo 15, composto por equipamentos necessários para a produção e armazenamento de água, diesel e distribuição de ar (instrumento/serviço). Os equipamentos estão sendo transportados pelo navio transportador Tai An Kou, que no momento de fechamento desta reportagem estava contornando o Cabo da Boa Esperança.

Já o módulo 01, chamado de sistema Flare, que é responsável pela recuperação de parte do gás, reduzindo CO e CO₂ (emitidos para a atmosfera e envio do excesso para a queima); e o módulo 10, responsável pelo processamento de óleo e tratamento de água produzida, serão enviados no próximo dia 8.

Coletiva_Magda Chambriard (5)Enquanto isso, conforme mencionado pela própria presidente da Petrobrás, Magda Chambriard (foto), a falta de encomendas para estaleiros da região de Rio Grande está ameaçando a continuidade de milhares de empregos. Por isso, a estatal tem estudado alternativas que poderão aumentar a ocupação dos estaleiros locais e manter os profissionais do polo naval ocupados.

Para vocês terem uma ideia, no Rio Grande do Sul, estão ameaçando demitir 3.200 pessoas no polo naval por falta de encomendas. Isso não pode acontecer. Uma empresa que tem empatia pela sociedade brasileira, como a Petrobrás, não pode permitir uma coisa dessas”, disse a executiva na semana passada. Magda tem anunciado ao longo de suas aparições públicas algumas alternativas que podem ajudar a manter os empregos nos estaleiros da região.

Uma das opções em consideração é a possibilidade de renovação de algumas de suas plataformas que estão na fila para ser descomissionadas. “Estamos criando um grupo de trabalho, e acreditamos que conseguiremos aprovar o reaproveitamento das plataformas 35, 37, 47 e, quem sabe, a 19”, declarou a presidente da Petrobrás, que disse ainda que essas obras serão feitas em estaleiros nacionais.