Setor elétrico vê saída para minimizar crise hídrica com leilão de termelétricas; governo atrasa processo

Certame vai contratar usinas novas ou existentes para atuarem como um ‘seguro’ para o sistema elétrico a partir de 2027. Setor ainda aguarda diretrizes do leilão, que tem prazo apertado para ser realizado em 2024.

FONTE: G1.

O governo pretende realizar um leilão de usinas termelétricas ainda este ano para cobrir os picos de consumo de energia.

Ao g1, representantes do setor elétrico apontam que a medida pode ajudar a minimizar os efeitos da crise hídrica, mas temem mais atrasos (leia mais abaixo).

Chamado de “leilão de reserva de capacidade”, o processo vai contratar usinas novas ou existentes para início de suprimento em 2027 e 2028.

Para o diretor-executivo de Marketing, Comercialização e Novos Negócios da Eneva, Marcelo Cruz Lopes, as termelétricas existentes poderiam antecipar o início de operação para suprir o sistema elétrico durante a atual crise hídrica.

 executivo, que planeja participar do leilão, ressalta que o governo já pediu à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para antecipar a entrada em operação da usina Termopernambuco, contratada em 2021 para começar a operar em julho de 2026.

O despacho dessa usina pode ser antecipado para outubro deste ano.

“As [usinas] que já estão prontas podem ser antecipadas […] No próximo leilão, outras térmicas que estejam na mesma condição podem ter essa situação”, destacou.

A advogada Bruna de Barros Correia, do escritório BMA, destaca que o leilão está sendo desenhado para usinas cujos contratos serão encerrados nos próximos anos.

“Seriam já energias existentes, que temos dentro do nosso setor. Não são usinas que precisam ser construídas e que têm todo um prazo mais longo para entrada em operação e para de fato estarem disponíveis para o setor”, afirmou.

O presidente da Energia Pecém, Carlos Baldi, também analisa a medida como uma possibilidade. A empresa pretende disputar o leilão com uma usina a gás natural.

“Fazendo um leilão para que essas térmicas entrem 2027, as usinas já estão prontas. Eventualmente o sistema, nesse período de 2025 a 2027, pode operar com essas térmicas merchant [que operam sem contrato e são remuneradas quando acionadas pelo ONS] para atender a crise hídrica”, declarou.