FONTE: InfoMoney.

A fabricante Hitachi Energy anunciou nesta terça-feira (3) um investimento de US$ 200 milhões (R$ 1,2 bilhão) para expansão de sua fábrica em Guarulhos e a criação de uma nova planta no Brasil. Os aportes, que devem ser realizados em quatro anos, ocorrem em antecipação a uma projeção de aumento na demanda por equipamentos de transmissão de energia no Brasil e internacionalmente.

O valor é parte de um investimento na casa de US$ 1,5 bilhão anunciado pela Hitachi para expansão de sua operação global nos próximos três anos. “O financiamento desse investimento será 100% baseado em caixa, sem alavancagem”, garantiu o diretor global de transformadores da empresa, Bruno Melles.

Pelo planejamento, as melhorias da fábrica atualmente em funcionamento em Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo, devem ser concluídas em cerca de dois anos e adicionar uma capacidade de 50% na atual produção, além de 150 novos funcionários.

Já a nova planta deve ser erguida em alguma cidade do eixo Rio-São Paulo, a expectativa é que uma decisão seja tomada nos próximos dois meses. Essa unidade, de 40 mil metros quadrados de área construída, adicionará 450 funcionários à atual operação da empresa no Brasil, majoritariamente em produção – áreas como engenharia seguem em Guarulhos.

Ao fim de todos os investimentos, a capacidade total de produção deve dobrar em comparação ao que a empresa produz hoje. E a empresa saltará dos atuais 1,5 mil funcionários no Brasil para 2,1 mil.

A ideia é de que a nova fábrica produza 80% do portfólio da sua irmã em Guarulhos, com exceção de alguns equipamentos de transmissão maiores. A Hitachi Energy é uma das líderes na fabricação de transformadores e equipamentos de alta tensão. “Temos hoje a maior base instalada desses dois equipamentos no Brasil”, diz o presidente da companhia no país, Glauco Freitas.

“Hoje enfrentamos um superciclo no mundo que se reflete também aqui. A fábrica em Guarulhos virou referência de equipamentos não só no Brasil, que também está passando por uma transformação, mas também Estados Unidos e Europa”, conta Freitas.

Alcance global

Produtos fabricados no Brasil pela Hitachi são exportados para todos os continentes, segundo a empresa.

No caso de Estados Unidos, explica Freitas, a alta demanda tem sido puxada pela integração de redes entre os estados da federação, enquanto na Europa a conexão entre países tem acelerado a demanda.

Enquanto isso, no Brasil a expectativa também é de aumento na demanda. “Nós demoramos 120 anos, no Brasil, para chegar à matriz energética que temos hoje, de aproximadamente 200 gigawatts. O plano decenal [da Empresa de Planejamento Energético, EPE] é que ele aumente 40%, para 270 gigawatts”, diz Freitas.