Vibra investe R$ 4 bi na transição energética e amplia espaço em biocombustíveis

Em 2023, a Vibra criou a vice-presidência de energia renovável e ESG, que deve orientar empresa na busca por SAFs e metanol verde

FONTE: exame

A Vibra, distribuidora de combustíveis, está passando por um investimento de 4 ­bilhões de reais na transição energética. Desde a aquisição de 50% da Comerc, empresa de energia, a companhia busca ampliar seu espaço nos setores de biogás, biometano e etanol.

No ano passado, a meta de redução das emissões de gases de efeito estufa nos escopos 1 e 2, relacionados à própria operação, era de 6%. A diminuição atingiu 17%. O desafio agora é neutralizar as emissões até 2050 no escopo 3, tarefa que envolve tornar as energias renováveis comercialmente viáveis, de acordo com Pousada. “A ideia não é só descarbonizar, mas gerar valor para o cliente, as empresas e os investimentos”, explica.

A companhia busca se especializar nos combustíveis sustentáveis para a aviação (SAFs), projeto ainda embrionário no Brasil. Desde abril deste ano, a Vibra é parte do grupo para desenvolvimento de soluções em SAF da ­Bolder, focada em inovação no setor corporativo. O programa ainda reúne a Suzano, de bioprodutos a partir do eucalipto, e a Galp, empresa portuguesa de energia.

A distribuidora ainda conta com um memorando de entendimento para comercialização de metanol verde com a Inpasa, produtora de combustíveis à base de cereais. O objetivo é produzir a solução a partir dos subprodutos do etanol, com foco no uso do transporte marítimo, o que abre um novo leque de negócios para a Vibra.

“Estamos descarbonizando as operações, com avanço no escopo 3, e garantindo uma frente de negócios nova para a Vibra se manter sustentável ao longo do tempo”, explica Pousada sobre a estratégia da companhia. Firmado em janeiro deste ano, o acordo avalia ainda a construção de uma usina para a produção de metanol, mas que continua indefinida.

Na área social, a empresa lançou o programa Exploração Sexual Zero, que busca conscientizar motoristas, frentistas e toda a cadeia do combustível sobre os efeitos da violência sexual contra crianças e adolescentes. A dor remete à área de atuação da companhia: os postos de combustíveis representam mais de 30% dos pontos vulneráveis para a exploração sexual de jovens, quando a relação sexual gera uma troca financeira ou material, ou dos abusos, quando há imposição física ou ameaças.