Petrobras só vai adquirir 100% da Braskem em caso extremo, diz executivo

Diretor financeiro da estatal afirmou que a petroleira mantém a posição de buscar uma parceira para operar a petroquímica

FONTE: Poder360

A Petrobras não avalia a aquisição da operação total da Braskem como positiva. Em conferência realizada com investidores nesta 3ª feira (14.mai.2024), o diretor financeiro e de relacionamento com investidores, Sergio Caetano Leite, declarou que a estatal consideraria esse movimento em um caso extremo de desvalorização da petroquímica.

Segundo o executivo, o melhor modelo que a Petrobras avalia para gerir a Braskem é com uma parceira privada. Leite explicou que a petroleira pode adquirir uma parcela maior do controle da petroquímica, mas que não tem interesse em controlar uma parcela superior a 50%. Atualmente, a companhia é dona de 47% da Braskem.

A cúpula da Petrobras avalia que, com um teto de 50% das operações da Braskem nas mãos da companhia, não haveria impacto na dívida consolidada da empresa. O capex –custos com investimentos de longo prazo– definido no plano de investimentos da companhia, conta com uma reserva para uma operação de compra de mais uma pequena parcela da petroquímica.

O diretor afirmou também que a Petrobras só faria a aquisição do controle total da Braskem se houvesse um cenário de extrema desvalorização da empresa. Em conversa com jornalistas, depois da reunião com os investidores, o diretor financeiro da Petrobras não detalhou o que caracterizaria um cenário como “extremo” e impulsionaria a Petrobras a realizar essa operação.

A petroquímica reportou uma dívida bruta de US$ 8,6 bilhões (R$ 44,2 bilhões) no balanço financeiro divulgado no mês passado e a Novonor (antiga Odebrecht), que detém o controle acionário, não tem capacidade para gerir a companhia.

A Novonor está em recuperação judicial e corre para vender sua fatia para pagar dívidas de R$ 15 bilhões com 5 bancos credores. A Adnoc (Companhia Nacional de Petróleo de Abu Dhabi) negociava a compra do controle acionário da petroquímica mas desistiu da operação em maio.