ANP: abertura do mercado de gás será prejudicada por cortes
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FONTE: epbr
O processo de abertura do mercado de gás natural será prejudicado pela falta de pessoal e pelos cortes orçamentários da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), disse o diretor-geral Rodolfo Saboia, em entrevista ao estúdio epbr durante a Offshore Technology Conference (OTC) 2024, em Houston (Texas).
- “Não temos como não acreditar que isso vai acontecer, porque não há braços, não há braços e pernas. E agora, soma-se a isso, uma restrição também de caráter orçamentário inédita, que não é um mérito contingenciamento, é um corte orçamentário de 18%“, disse Saboia.
O problema foi levantado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que apontou os efeitos da falta de recursos humanos na agência sobre a regulamentação do mercado de gás – a agência tem solicitado concurso para pelo menos 120 cargos efetivos, sem sucesso.
- “Não posso deixar de externar o impacto que isso tem na ANP, para as atribuições da ANP, para o gargalo que a ANP passa a ser por conta das tarefas que ela não é capaz de entregar resultados com a celeridade que é necessária, que nós gostaríamos”, disse Saboia.
Na entrevista, Saboia fala também sobre outros temas importantes como a revisão das áreas exploratórias da oferta permanente e as medidas adotadas durante a crise provocada pelas enchentes no Rio Grande do Sul.
Energisa compra Infra Gás. O grupo assinou na última sexta-feira (10/05) contrato para compra da Infra Gás e Energia e, assim, assumir o controle da Norgás – holding que reúne participações em distribuidoras de gás canalizado de cinco estados no Nordeste. O valor da transação é de R$ 890 milhões.
Petrobras espera reduzir preço do gás com novos contratos. A estatal anunciou novas modalidades comerciais para venda de gás natural e prevê reduções de até 10% nos preços com base no desempenho. No mercado livre, produtos mais customizados prometem aumentar a competitividade.
Refinaria de Manaus é investigada por não enviar dados. O Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Petróleo e Derivados do Estado do Amazonas (Sindipetro) entrou com ação civil pública contra o grupo Atem, que controla a Refinaria da Amazônia (Ream), por não ter divulgado informações obrigatórias sobre a produção de combustíveis. A ANP também abriu autos de infração sobre o caso, que ainda estão em curso.
Vendas de combustíveis no Rio Grande do Sul a 60%. A Refinaria Alberto Pasqualini (Refap) retomou gradativamente a saída de combustíveis, que chegou a ser interrompida pelas inundações que afetaram diversos municípios gaúchos. Atualmente, o volume de diesel e gasolina vendidos nos postos atinge entre 50% e 60% da capacidade normal, o que representa cerca de 5 milhões de litros diários de cada tipo de combustível.
Diálogos da Transição. Após superar a marca de US$ 1 bilhão em 2023, o mercado global dos combustíveis sustentáveis de aviação (SAF, em inglês) deve crescer 44,5% por ano até 2034, calcula a Visiongain.
Mercadante alerta para a descarbonização do transporte. O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, afirmou que o país precisa estar preparado para as mudanças nos combustíveis para a navegação e a aviação. “Cerca de 90% de todo o transporte de mercadorias do planeta são feitos por navios. Eles terão multas se não descarbonizarem o combustível”, disse.
Bioeconomia circular tem potencial de US$ 7,7 trilhões. Documento apresentado na segunda reunião da Iniciativa de Bioeconomia do G20 estima que o uso de produtos de base biológica em setores que vão desde energias alternativas até indústrias farmacêuticas e de embalagens é capaz de movimentar trilhões até 2030.
Hidrelétricas querem aproveitar leilão, mas enfrentam desafios. Sem previsão de novos grandes projetos no país devido aos impactos ambientais, operadores de usinas hidrelétricas estão otimistas com as oportunidades para ampliação da capacidade de geração desses projetos a partir do leilão de reserva de capacidade previsto para agosto.