A transição energética na transformação das cidades
Confira o artigo de Luiz Carlos Lima
FONTE: A Tarde
Os padrões de vida da sociedade, sob a nossa perspectiva de visão, são fruto do que acontece na cidade onde vivemos. O cotidiano nos apresenta a relação das pessoas com o mundo, entre elas e com o meio ambiente que nos envolve. Por isso os gestores das cidades deveriam estar atentos às transições do mundo repercutindo na segurança, no conforto e sobretudo no bem-estar das pessoas. Atualmente, uma das transições mais importantes é a energética. Energia é vida, luz, movimento, conectividade e muito mais do que imaginamos.
Em torno do fogo, elemento primário de energia a humanidade, o homem primitivo se desenvolveu e chegou aos gênios modernos com suas invenções cada vez mais engenhosas. Mas assim como a vida não existe sem sua energia vital, nenhuma engenhoca funciona sem uma fonte de energia, seja ela qual for a fonte primária.
O século 20 se destacou pelo surgimento da energia elétrica e o uso de combustíveis fósseis. A sistemática evolução do uso dessas duas fontes trouxe ao planeta um grande problema climático, em torno do qual todas as nações se debruçam para resolver, que é a descarbonização. Mas como parar essa máquina que gira potente e pulsante numa sede insaciável de crescimento e totalmente interligada pelo capital sem fronteiras?
Tudo começa em nossas práticas cotidianas e aí está a importância da visão municipal sobre o tema. A cidade é o microcosmo do mundo. A cidade precisa encarar a transição energética como a alavanca das mudanças e dos exemplos que o mundo precisa. Aqui temos o uso dos transportes públicos, as escolas, os postos de saúde a atitude de conservação dos ambientes onde circulamos. O uso dos veículos elétricos no transporte público e das atividades do município servirá de exemplo aos empresários que tem suas próprias frotas.
A reciclagem dos resíduos, e mesmo para produção de biogás, ou a geração de energia renovável para consumo próprio, a utilização da automação para evitar o desperdício de energia, a correta gestão do tráfego urbano para reduzir o tempo de circulação e com isso a emissão dos gases poluentes dos veículos, a normatização da utilização do aquecimento solar nas edificações que necessitam de água quente, além dos padrões de uso do solo que facilitem a ventilação com redução do uso de ar condicionado, são alguns dos exemplos que podem ser “gestados” no âmbito municipal e ganhar os olhos de outras cidades e se espalhar por estados, governos e países.
“Transição” é a palavra que entra no lugar da palavra “desenvolvimento” no vocabulário de todos que se preocupam com um futuro sustentável para nossos filhos, netos e seus descendentes!
*Luiz Carlos Lima é diretor da Voltxs Energia