AVEVA afirma que indústria de dutos precisa investir em novas tecnologias digitais para aumentar eficiência e sustentabilidade
FONTE: PetroNotícias
O mercado de oleodutos e gasodutos está diante de novos desafios impostos por uma realidade que exige mais eficiência, sustentabilidade e redução de custos operacionais. Aliado a isso, o mundo está vendo a crescente demanda por segurança energética. Por isso, muitas empresas do setor estão buscando a transformação digital para lidar com esse novo cenário. É o que avalia o diretor da AVEVA para a Indústria de Óleo e Gás, Stuart Parker, nosso entrevistado de hoje (26). “As empresas de Óleo e Gás voltadas para o futuro vêm instalando estruturas de gasodutos inteligentes que estão ajudando a transformar rapidamente grandes quantidades de dados em conhecimento e valor para o negócio”, disse o executivo. “A questão é que transformar grandes quantidades de dados brutos – de sistemas como SCADA, aplicativos de dutos, ERP entre outros – em informações contextualizadas sobre o desempenho de equipamentos e de processos ainda é um desafio”, completou. Parker diz que os dados operacionais precisam ser padronizados e contextualizados antes de serem analisados e visualizados. “Um sistema abrangente de gerenciamento de dados agnóstico como o AVEVA PI System, por exemplo, pode estabelecer a base para integração, a validação e a análise de dados operacionais, combinando, abstraindo e normalizando fontes de dados díspares de vários sistemas de controle e silos de informações em um local centralizado”, explicou. O executivo também declarou que a implementação de um gêmeo digital permite que as empresas otimizem operações e manutenção, identifiquem problemas preventivamente e melhorem a eficiência dos dutos. “Ao implementar sistemas de gestão de informações, análises poderosas, automação de fluxos de trabalho e promover mudanças comportamentais na força de trabalho, essas organizações irão evoluir e mudar a forma como o trabalho é executado e construir uma operação sustentável e lucrativa”, finalizou.
Como o senhor avalia os desafios atuais do setor de oleodutos e gasodutos?
O mercado global de oleodutos e gasodutos tem mais nuances e imprevisibilidades hoje do que em qualquer momento da história dessa indústria, com desafios novos e complexos, mas também com vastas oportunidades. Temos observado um aumento na demanda por mais segurança energética impulsionando a expansão da infraestrutura, e os executivos do setor precisam equilibrar as expectativas das partes interessadas.
Isso inclui a oferta de energia acessível e flexível, rentabilidade e sustentabilidade ambiental – particularmente, as metas obrigatórias de descarbonização. Também devem se esforçar para reduzir os custos operacionais e a pegada de carbono em cadeias de valor complexas e com um ecossistema crescente de parceiros comerciais.
Como resultado disso, mais organizações têm buscado a transformação digital para impulsionar a sua capacidade efetiva por meio de projetos de CAPEX, mas também com investimentos OPEX. Isso porque, ao usar análises para aumentar e capacitar a força de trabalho, essas empreas podem otimizar as operações e melhorar a disponibilidade dos seus ativos, criando modelos de negócios escaláveis e prazos de entrega mais curtos, ao mesmo tempo que respondem rapidamente às mudanças do mercado.
Na prática, como isso acontece?
As empresas de Óleo e Gás voltadas para o futuro vêm instalando estruturas de gasodutos inteligentes que estão ajudando a transformar rapidamente grandes quantidades de dados em conhecimento e valor para o negócio. Ao utilizar as informações operacionais existentes, bem como novas fontes de dados, elas podem adotar uma abordagem focada em modelos que as coloca no caminho da excelência operacional. Nesse sentido, a definição, a implantação e execução bem-sucedidas de estratégias de transformação digital têm possibilitado a identificação de oportunidades para melhorar significativamente a confiabilidade dos ativos, a eficiência operacional e a segurança, e, consequentemente, o desempenho geral dos negócios.
Desde quando existe essa coleta de dados e como eles estão sendo utilizados?
Essas empresas vêm coletando enormes quantidades de dados operacionais desde antes do termo Internet Industrial das Coisas (IIoT, pela sigla em ingês) começar a ser usado. A questão é que transformar grandes quantidades de dados brutos – de sistemas como SCADA, aplicativos de dutos, ERP entre outros – em informações contextualizadas sobre o desempenho de equipamentos e de processos ainda é um desafio.
Além disso, dados brutos, desprovidos de contexto, estrutura ou qualidade raramente rendem dividendos e dificilmente geram bons insights. Sem contar que se os usuários forem lentos no desenvolvimento e implementação de soluções sustentáveis, a empresa acumulará custos significativos de oportunidade perdidas. E tem mais um fator importante: quando os dados operacionais não estruturados se acumulam em data lakes, as tecnologias tradicionais de TI podem criar mais problemas à medida que se perde mais tempo para compreendê-los em vez de gerar valor a partir deles.
Como as companhias estão lidando com esse desafio?
Temos visto muitas empresas correndo para incorporar novas tecnologias e soluções como nuvem, aprendizado de máquina, aplicações edge, de IIoT e análise preditiva antes de construir os fundamentos para uma análise correta dos dados. É claro que a adoção dessas soluções pode potencialmente fornecer insights novos e valiosos, mas a implantação de uma plataforma corporativa de gerenciamento de dados em tempo real estabelece a base para o sucesso tecnológico visando o futuro.
Então, o que o senhor sugere que essas empresas façam?
Para produzir inteligência acionável, os dados devem ser estruturados e acessíveis para os usuários que podem utilizá-los melhor, que conheçam o assunto e tenham experiência para transformar os insights em ação, e o sucesso da transformação digital depende de se ter uma única fonte confiável de informações.
Isso significa que os dados operacionais precisam ser padronizados e contextualizados antes de serem analisados e visualizados.
Um sistema abrangente de gerenciamento de dados agnóstico como o AVEVA PI System, por exemplo, pode estabelecer a base para integração, a validação e a análise de dados operacionais, combinando, abstraindo e normalizando fontes de dados díspares de vários sistemas de controle e silos de informações em um local centralizado.
Ao adotar a modelagem de dados, as empresas podem acelerar a transformação digital combinando dados operacionais numa réplica digital dos ativos físicos – o chamado gêmeo digital – usando informações como desenhos, modelos 3D, materiais, análise de engenharia, análise dimensional, dados dos dutos em tempo real e histórico das operações.
É importante destacar que durante o ciclo de vida operacional, o gêmeo digital é atualizado automaticamente, em tempo real, com dados, registros de trabalho e informações de engenharia, para otimizar as atividades operacionais e de manutenção. Engenheiros e operadores podem pesquisar facilmente as tags de ativos para acessar informações críticas atualizadas de engenharia e de operação a fim de diagnosticar a integridade de um ativo específico.
E quais os benefícios imediatos de uma estratégia de gêmeo digital na operação?
Vale ressaltar que a realização dessas tarefas exige tempo e esforço consideráveis, e quanto problemas acontecem, podem levar a interrupções na produção. Com o gêmeo digital, os problemas operacionais e de ativos são sinalizados e resolvidos preventivamente, possibilitando um fluxo de trabalho proativo em vez de reativo. Isso possibilita avaliar o desempenho operacional, como o rendimento do oleoduto e o consumo de energia, para descobrir gaps e melhorar a eficiência dos dutos.
Mas isso não é tudo. As empresas de Óleo e Gás estão sob enorme pressão para aderir aos requisitos regulamentares e de sustentabilidade em constante evolução, aumentar a agilidade para ter sucesso num clima de negócios em rápida mudança, se proteger de ameaças cibernéticas e cumprir as metas globais de sustentabilidade.
Somente uma estratégia de dutos inteligente permitirá que elas criem capacidades e modelos de negócios novos, para se colocar à frente da concorrência. Ao implementar sistemas de gestão de informações, análises poderosas, automação de fluxos de trabalho e promover mudanças comportamentais na força de trabalho, essas organizações irão evoluir e mudar a forma como o trabalho é executado e construir uma operação sustentável e lucrativa.