O Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo analisa as consequências dos vários conflitos no Oriente Médio

FONTE: PetroNotícias

Refinaria Russa atacada pela Ucrânia obriga ao corte de exportação de Diesel para vários países

Refinaria Russa atacada pela
Ucrânia obriga ao corte de exportação
de Diesel para vários países

Este mês de fevereiro está marcando o segundo ano da guerra entre a Rússia e Ucrânia, com perdas de vidas severas para os dois lados, perdas de patrimônios e equipamentos de guerra. O mundo ainda vive uma incerteza do que ainda possa vir em consequências do conflito. Marca também o ataque brutal dos terroristas do Hamas em Israel, matando barbaramente crianças, velhos, sequestrando e estuprando mulheres e a dura defesa do Estado de Israel, com consequências inúmeras, como os ataques dos terroristas Houthis, apoiados pelo Irã, explodindo navios comerciais e petroleiros que passavam pelo Mar Vermelho. Em consequência, a coalizão de forças militares de 16 países atacaram  e destruíram alvos estratégicos para acabar com o movimento. Outra guerra que só promete estancar com o fim da invasão na faixa de Gaza. Tudo isso, aumentando a tensão na região do Oriente Médio, rica em petróleo e exatamente na principal rota dos navios que abastecem o ocidente de petróleo e mercadorias.

Mahatma Ramos Santos- Diretor Técnico do INEEP

O diretor técnico do INEEP,
Mahatma Ramos Santos

O Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo e Gás (INEEP) analisa toda esta situação e acredita sejam momentos de crise e transformação estrutural do Sistema Internacional. Esse cenário aumenta as incertezas geopolíticas e comerciais no mundo, além de colocar  a agenda da segurança energética e alimentar de múltiplos países, sobretudo da Europa, no centro das políticas e estratégicas nacionais.

Essa conjuntura complexa deixa qualquer análise sobre a velocidade e a direção do processo de transição energética, visto a assimetria do desenvolvimento dessa transição de acordo com as realidades e interesses nacionais. No curto prazo, as guerras trazem riscos ao abastecimento energético europeu e pressionam por uma expansão no uso de combustíveis fósseis, incluindo a reativação de usinas de carvão. Entretanto, no médio prazo, esse cenário de crise também abre espaço para acelerar a transição energética, uma vez que explicitam a necessidade de alternativas à alta dependência energética da Rússia e do Oriente Médio”, diz o instituto.

Terroristas Houthis armados pelo Irã

Terroristas Houthis armados pelo Irã

A análise do INEEP diz que esses momentos de crise e transformações, também geram oportunidades. Para Santos, o Brasil, dado seu potencial energético e industrial, precisa explorar suas vantagens comparativas e encontrar seu lugar no sistema de poder mundial que está em transição. “ O país precisa se colocar como uma liderança do Sul Global, e para isso deve aproveitar sua posição nas presidências do G-20, em 2024, e da COP-30, em 2025, para apresentar ao mundo suas estratégias de desenvolvimento.” O Brasil detém amplas vantagens comparativas tanto na produção de alimentos quanto na produção de energia, além de já possuir uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo, afirma o INEEP. Para ele,  agora, “é preciso vincular essas vocações a um projeto nacional de desenvolvimento soberano, capaz de catalisar o adensamento das cadeias produtivas locais e incluir a indústria brasileira no ciclo de inovação global, além de amplificar sua capacidade de geração de emprego e renda no Brasil.”

Israel reage em Gaza o massacre do Hamas que matou 1.200 pessoas

Israel reage em Gaza o massacre
do Hamas, que matou 1.200 pessoas

Em cenário distinto ao observado em 2022, a Rússia foi a principal origem da importação de diesel pelo Brasil em 2023, representando 50,4% do total da importação desse combustível. Esse fenômeno pode ser atribuído, especialmente, à diminuição do preço do diesel russo decorrente das sanções impostas após a Guerra na Ucrânia.  De acordo com o Comex Stat, em 2022, a principal origem da importação de diesel foram os Estados Unidos, e o volume de diesel proveniente da Rússia foi de 101.904 toneladas, representando apenas 0,8% do total importado. Contrastando com essa realidade, em 2023, o volume de diesel russo importado atingiu a marca de 6,1 milhões de toneladas – cerca de 60 vezes superior ao ano anterior –, correspondendo a pouco mais da metade do total da importação de diesel no país.