Bemisa investe em projeto de classe mundial em Minas Gerais

Os teores médios encontram-se na faixa de 0,45% de TREO (óxidos totais de terras raras), com regiões apresentando teores acima de 1% TREO

FONTE: Brasil Mineral

A Bemisa está investindo no desenvolvimento e aumento do conhecimento geológico de um projeto de Terras Raras na região noroeste do Estado de Minas Gerais, entre os municípios de Carmo do Paranaíba, Arapuá, Matutina e Tiros. Trata-se do projeto Bambuí, que tem recursos de mais de um bilhão de toneladas de óxidos de terras raras com teores de classe mundial e que se encontra em fase de pesquisa geológica e desenvolvimento de testes de processo para a recuperação da argila iônica. Como informa o CEO da empresa, Augusto Lopes, “o empreendimento compreende três direitos minerários, que cobrem aproximadamente 3.600 hectares. Foram realizados 14 furos de sondagem diamantada, com profundidade média de 96 metros. Os teores médios encontram-se na faixa de 0,45% de TREO (óxidos totais de terras raras), com regiões apresentando teores acima de 1% TREO. Diante dos resultados positivos dos testes de lixiviação, temos boas expectativas para a continuidade do projeto e programado uma nova campanha de sondagem no primeiro semestre de 2024 e novos testes em laboratórios de referência, com o que esperamos tornar viável um depósito de terras raras de classe mundial”.

Além desse projeto, a Bemisa está investindo na ampliação da sua capacidade de produção de minério de ferro, ingressando na produção de ouro e buscando oportunidades em outros minerais considerados estratégicos para a transição energética, como cobre, níquel, grafite e lítio.

Em minério de ferro, a empresa estará colocando em operação, ainda no primeiro trimestre de 2024, o projeto Mongais, em Minas Gerais, que acrescentará 1 milhão t/ano de minério de ferro à capacidade atual da mina Baratinha, que atualmente é de 2,5 milhões t/ano. “Além do complexo Baratinha, temos mais duas áreas de minério de ferro em desenvolvimento e que serão implantadas nos próximos anos. Destaco o Projeto Pedra Branca, no município de João Monlevade, em fase de licenciamento ambiental e outro, resultado de uma parceria assinada no ano de 2023, conhecido como projeto Piçarrão, no munícipio de Nova Era e Antônio Dias”, diz Augusto Lopes.

Em ouro, a Bemisa já iniciou o comissionamento e espera entrar em ritmo de produção, ao longo de 2024, do projeto Água Azul do Norte, no estado do Pará, dentro do distrito polimetálico de Carajás.

Por fim, a Bemisa está realizando estudos de exploração em 65 direitos minerários adquiridos em 2023 nas províncias de Alta Floresta e Tapajós, com alto potencial para cobre e outros minerais. Augusto Lopes explica que a empresa tem avaliado diversos projetos ao longo do último ano. “No cômputo geral, foram mais de 32 projetos recebidos, de mais de 15 substâncias minerais, dentre as quais se destacam ativos de cobre, níquel grafite e lítio. A empresa vê grande potencial para a descoberta de novas jazidas de minerais estratégicos no Brasil e por esta razão criou um email exclusivo (novosnegocios@bemisa.com.br) e possui uma área dedicada à avaliação de potenciais ativos a serem eventualmente incorporados ao seu portfólio.

Veja mais detalhes na entrevista exclusiva a seguir:  

BRASIL MINERAL – Há possibilidades de crescimento no minério de ferro em Minas Gerais, ou a ideia é apenas manter (e talvez expandir) o projeto Baratinha? 

AUGUSTO LOPES – O Complexo Baratinha contempla 20 direitos minerários, e a Mina de Baratinha é apenas um deles. O complexo soma mais de 100 milhões de toneladas de recursos de minério de ferro, o que dá a perfeita dimensão do potencial da exploração destes ativos. Baratinha, eu gosto sempre de dizer para os nossos colaboradores, é um grande motivo de orgulho da Bemisa, resultado de muitos anos de trabalho e persistência de uma equipe bem treinada e com foco no resultado.

A planta de concentração de Baratinha tem capacidade para produzir anualmente 2,5 milhões de toneladas de sínter feed com qualidade premium e não utiliza barragens para depósito de rejeitos. A operação é certificada pelas normas internacionais de qualidade, gestão ambiental e segurança (ISO 9001, 14001 e 45001), e tem rigorosos padrões de governança, com mais de 3.500 dias sem acidentes com afastamento.

Ainda dentro do nosso complexo, temos o projeto Mongais, que está em implantação e tem a previsão de início de produção no primeiro trimestre de 2024. Com a operação deste projeto, será acrescentada uma capacidade de produção de 1 milhão de toneladas ao Complexo Baratinha.

Nesse contexto, a Bemisa conta com dois terminais ferroviários a menos de 40 quilômetros do complexo, trazendo competitividade e reforçando nosso valor de responsabilidade socioambiental, reduzindo a necessidade do modal rodoviário no escoamento da nossa produção atual e demanda futura.

Além do complexo, temos mais duas áreas de minério de ferro em desenvolvimento e que serão implantadas nos próximos anos. Destaco o Projeto Pedra Branca, no município de João Monlevade, em fase de licenciamento ambiental e o outro, resultado de uma parceria assinada no ano de 2023, conhecido como projeto Piçarrão, no munícipio de Nova Era e Antônio Dias.

Essa perspectiva reforça o nosso comprometimento em aumentar nossa produção de minério de ferro, trazendo nossos valores para uma mineração mais segura, moderna e sustentável aos nossos projetos em Minas Gerais.

BRASIL MINERAL – O projeto Água Azul do Norte marca o ingresso da empresa no segmento do ouro. Há planos de crescer nesse segmento?

AUGUSTO LOPES – A nossa primeira operação de ouro, denominada Projeto Água Azul, está situada no Pará, no distrito polimetálico de Carajás, tendo iniciado a sua fase de comissionamento no início do segundo semestre de 2023 e a nossa expectativa é de entrar em ritmo de produção em 2024. Acreditamos no potencial do mineral ouro e na diversificação de nosso portfólio.

A Bemisa investe em pesquisas geológicas e metalúrgicas há mais de cinco anos para garantir a viabilidade técnica, econômica e socioambiental para o início dessa operação.

O programa de exploração incluiu mais de 52.000 metros de perfuração e os resultados foram consolidados em um Relatório de Recursos Independentes com base na norma NI 43-101. A maior parte da sondagem realizada foi no alvo Abelhas, objetivando garantir o payback do projeto. Nesse sentido, ainda existem outros três direitos minerários na região que são de propriedade da empresa e que têm excelente potencial para o aumento dos recursos do Complexo Água Azul.

Estamos em fase de desenvolvimento de atividades de pesquisa também em outras áreas. No norte do Estado de Mato Grosso, por exemplo, há campanhas de sondagem no complexo Novo Mundo. Esse empreendimento inclui os alvos Raimunda, com recursos definidos e Flor da Serra e Paranaíta, que estão atualmente em fase de pesquisa exploratória. A primeira campanha de sondagem do alvo Flor da Serra foi concluída em 2023, indicando potencial para minério de alto teor.

Água Azul confirma nossa percepção de que o ouro traz enorme valor agregado para a nossa companhia e sociedade, gerando emprego e renda em uma região remota do país.

BRASIL MINERAL – A Bemisa é uma das empresas que foca muito em pesquisa mineral. Qual é o foco dos trabalhos de pesquisa atualmente? 

AUGUSTO LOPES – Ao longo dos nossos 16 anos de história, acumulamos vasto conhecimento geológico do território brasileiro. Já atuamos na exploração de diversos ativos minerais em diferentes fases de desenvolvimento, realizando mapeamento geológico, extensas campanhas de reconhecimentos geoquímicos e geofísicos, além de programas de sondagem exploratória e de detalhe para definição de recursos e reservas minerais.

Os números atualizados indicam que, desde o primeiro furo, realizado em 2008, até o final do ano de 2023, a Bemisa executou mais de 215 mil metros de sondagem, somando mais de 1.800 furos. Esses indicadores demonstram o compromisso da empresa na busca contínua de oportunidades minerais no Brasil.

Sempre estivemos atentos às necessidades do mercado, cuja evolução tecnológica do mundo demanda, em larga escala, o consumo de bens minerais. Com essa visão ampla, abre-se um leque de oportunidades para o desenvolvimento de ativos minerais como minério de ferro de alto teor e terras raras, considerados, nos dias de hoje, como minerais estratégicos, a base para o desenvolvimento da tão propalada transição energética. Esse novo mundo de baixo carbono vai demandar cada vez mais a oferta de bens minerais.

As tendências apontam para a transição da matriz energética das indústrias e o novo paradigma das preferências de consumo nas cadeias produtivas. Entendemos que neste cenário será necessária a oferta de metais básicos para que o mundo caminhe rumo ao desenvolvimento sustentável.

Por essa razão, a Bemisa investe no desenvolvimento e aumento do conhecimento geológico do nosso projeto de Terras Raras. Localizado na região noroeste do Estado de Minas Gerais, entre os municípios de Carmo do Paranaíba, Arapuá, Matutina e Tiros, o projeto Bambuí tem recursos de mais de um bilhão de toneladas de óxidos de terras raras com teores de classe mundial e está em fase de pesquisa geológica e desenvolvimento de testes de processo para a recuperação da argila iônica.

O empreendimento compreende três direitos minerários, que cobrem aproximadamente 3.600 hectares. Foram realizados 14 furos de sondagem diamantada, com profundidade média de 96 metros. Os teores médios encontram-se na faixa de 0,45% de TREO (óxidos totais de terras raras), com regiões apresentando teores acima de 1% TREO. Diante dos resultados positivos dos testes de lixiviação temos boas expectativas para a continuidade do projeto e programado uma nova campanha de sondagem no primeiro semestre de 2024 e novos testes em laboratórios de referência, o que esperamos tornar viável um depósito de terras raras de classe mundial.

Ainda no final do ano passado, em 2023, fechamos um acordo de aquisição de 65 direitos minerários nas províncias de Alta Floresta e Tapajós com alto potencial para cobre e outros minerais. Os estudos de exploração dessas áreas já se iniciaram.

Além disso, a Bemisa tem avaliado diversos projetos ao longo do último ano. No cômputo geral, foram mais de 32 projetos recebidos de mais de 15 substâncias minerais. Dentre as substâncias minerais buscadas, destaco o interesse da empresa em ativos de cobre, níquel, grafite e lítio.

Enxergamos um enorme potencial para a descoberta de novas jazidas de minerais estratégicos no Brasil. Para agilizar o recebimento de novas oportunidades, criamos um e-mail exclusivo novosnegocios@bemisa.com.br para esse fim e possuímos uma área dedicada a avaliação desses potenciais ativos a serem eventualmente incorporados a nosso portfólio.

(PorFrancisco Alves)