WEG e Statkraft firmam parceria para instalar maior turbina eólica do Brasil

A expectativa é que, a partir do projeto, as empresas possam juntas encontrar novas oportunidades de negócios tanto no país quanto internacionalmente

FONTE: Valor Econômico

A fabricante catarinense WEG e a norueguesa Statkraft firmaram parceria para fornecimento e instalação de um aerogerador no Parque de Seabra, no Complexo Eólico Brotas de Macaúbas, no estado da Bahia. Trata-se da maior turbina eólica em terra (onshore) fabricada no Brasil com 7 megawatts de capacidade instalada. O contrato, cujo valor não foi divulgado, prevê a entrada em operação da máquina no segundo semestre de 2024.

O equipamento é resultado da parceria estratégica assinada este ano com a Petrobras para o desenvolvimento do aerogerador. Na época, a estatal anunciou que investirá R$ 130 milhões no projeto, que já estava em andamento pela fabricante catarinense.

Para se ter ideia, o aerogerador terá 220 metros de altura do solo até a ponta da pá, medida equivalente a seis vezes a altura do Cristo Redentor, e terá um peso de 1830 toneladas, equiparado ao peso de aproximadamente 1660 carros populares ou 44 Boeings 737.

A expectativa é que, a partir desse primeiro projeto, as empresas possam juntas encontrar novas oportunidades de negócios tanto no país quanto internacionalmente. “Esse é um projeto piloto e inovador no Brasil. Queremos continuar investindo em soluções eficientes para os nossos ativos e seguir contribuindo para injetar ainda mais energia limpa para o país”, diz Fernando De Lapuerta, CEO da Statkraft no Brasil.

Ao Valor, João Paulo Gualberto da Silva, diretor superintendente da WEG Energia, detalha que o propósito do equipamento é realizar a certificação e confirmação da performance. Embora a produção em série não exija certificação, é crucial para a WEG obter essa validação antes do início da produção e criar confiabilidade do projeto. Ele esclarece que, após a Petrobras sair do segmento de energia eólica, a estatal não dispunha mais de locais para instalar o equipamento.

“Tínhamos três sites no Rio Grande do Norte, um no Ceará e outro na Bahia. Fechamos com este na Bahia e estamos repondo um aerogerador de um concorrente que queimou e aproveitamos para fazer uma repotenciação de um parque eólico”, diz o executivo se referindo ao processo de aumentar a capacidade instalada de uma usina existente.

Dois desses parques eram destinados a projetos de energia nova, enquanto outro visava a substituição de equipamentos. Gualberto esclarece que a escolha do parque na Bahia ocorreu devido à facilidade de implantação, uma vez que a usina já estava em operação.

“A prioridade era saber qual site está pronto para receber um protótipo (…). O parque precisa ter conexão, licença ambiental e outorga, por exemplo. Um parque existente tem tudo isso pronto”, explica.

O complexo possui cerca de 90 MW de potência com equipamentos da Alstom. Três desses aerogeradores antigos e de menor capacidade, com 1,6 MW cada, serão substituídos por um único aerogerador de 7 MW fabricado pela WEG. A fabricante também assume responsabilidades não comuns, como a instalação, a linha de acesso e a transmissão até o ponto de conexão.