Gas Bridge conclui aquisição de 10% de Manati, de olho em estocagem de gás
Empresa do grupo Lorinvest concluiu a compra da fatia da PRIO na concessão de gás
FONTE: EPBR
RIO – A Gas Bridge Storage (GBS), empresa do grupo Lorinvest focada em estocagem de gás natural, concluiu nesta quinta (16/11) a aquisição da fatia de 10% da PRIO no campo de Manati, no litoral da Bahia.
A transação marca a entrada da GBS na concessão, de olho em oportunidades futuras de conversão do campo, no fim de sua vida útil, num negócio de armazenamento de gás.
A PRIO informou que recebeu da Gas Bridge a parcela restante pela alienação do ativo, no valor de R$ 85,7 milhões, feitos ajustes de preço. Na assinatura do contrato entre as partes, em novembro de 2022, a petroleira independente já havia recebido R$ 24,8 milhões.
A participação da PRIO no campo de Manati foi adquirida em 2017, por R$ 140 milhões na ocasião. A petroleira justificou a decisão de sair do negócio, sob o argumento de que a alienação faz parte da gestão dinâmica do portfólio de ativos da companhia, com foco em ativos sob sua operação.
Ainda segundo a PRIO, Manati retornou 3,4 vezes o capital investido.
Manati é um campo operado pela Petrobras (35%), em parceria com a Enauta (45%), PRIO (10%) e Geopark (10%). Todo o gás produzido no campo é vendido, pelos sócios, à estatal.
De olho no potencial de desenvolvimento do negócio de estocagem subterrânea de gás no campo, após o seu esgotamento, a Gas Bridge chegou a assinar, desde 2020, contratos para aquisição também das fatias da Enauta e Geopark em Manati.
A Enauta, contudo, desistiu de continuar com a venda de sua fatia, por R$ 560 milhões, no início de 2022. Alegou, à época, que a Gas Bridge não havia efetivado a compra no prazo estipulado e que a Enauta reviu seus planos no ativo, dada a valorização do preço do gás natural no mercado em 2021 – o que ajudou a valorizar a concessão.
A Gas Bridge propôs à Enauta, então, uma eventual associação entre as empresas na implantação de um projeto de estocagem de gás natural para o campo.
Em maio deste ano, o CEO da Enauta, Décio Oddone, chegou a afirmar que, num primeiro momento, no passado, a iniciativa “não pareceu viável”, mas que ela “continua sendo uma possibilidade, especialmente se houver uma regulação mais definitiva”.
“Com maior clareza, talvez a viabilidade econômica fique mais próxima, mas por enquanto não temos planos de fazer projeto de estocagem no Manati, mas não descartamos não”, comentou o executivo, durante teleconferência com analistas e investidores em maio.