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Voltalia inova na Bahia com projeto de hidrogênio verde para descarbonizar a indústria siderúrgica

Voltalia está avançando com seu projeto de hidrogênio verde na Bahia. A empresa já conta com outros empreendimentos no estado para a produção de energia limpa

FONTE: PETROSOLGAS

A Voltalia está avançando com um projeto na Bahia para a produção de hidrogênio verde, considerado o combustível do futuro. A iniciativa visa a descarbonização das indústrias siderúrgicas do estado. Ewerton Calixto, gerente de projetos de hidrogênio da empresa, afirmou à imprensa que está realizando tratativas com players do mercado para fechar um estudo de viabilidade a ser lançado ainda em 2023, com expectativas de investimento no próximo ano.

Entenda melhor o investimento da Voltalia em hidrogênio verde na Bahia

Calixto esteve presente no painel Tendências e Desafios do novo mercado de Hidrogênio Verde, no quarto dia da Rio Innovation Week, realizada no Píer Mauá (RJ), na quarta-feira(4). Na ocasião, o executivo apresentou duas perspectivas distintas de entrega de hidrogênio: com e sem inovação.

Segundo ele, “sem inovação” está ligado ao fornecimento direto do produto para indústrias já consumidoras, enquanto “com inovação” envolve um desenvolvimento tecnológico mais prolongado e caro, principalmente devido ao chamado “prêmio verde”, com foco em práticas e produtos mais sustentáveis.

Segundo Calixto, atualmente a Voltalia e outras empresas estão em busca da entrega sem inovação, fornecendo hidrogênio verde, que já possui um preço mais elevado do que o hidrogênio cinza, para setores que já o utilizam, como o de fertilizantes, siderúrgico e de refinarias. Entretanto, o desafio é integrar isso aos processos industriais, como na produção de cimento e de aço, para suprir uma “demanda real”.

Calixto ressaltou que, atualmente, as siderúrgicas emitem quantidades de CO2 significativas, e que a redução direta dessa emissão é o que chama de uso do hidrogênio verde com inovação, mediante um processo que demanda captação tecnológica. Por exemplo, o H2V produzido na Bahia tem potencial para gerar calor para transformar minério de ferro em aço, especialmente ao substituir fornos tradicionais para elétricos movidos a energia limpa e sustentável.

Grandes desafios rumo a um país mais sustentável

O executivo destaca que diversas empresas no setor siderúrgico estão mapeando a redução direta do minério de ferro para aço. Há uma grande necessidade de desenvolver essa tecnologia.

Foram mencionados países como Canadá, Japão e Suécia, onde já há várias plantas piloto para produção de aço sustentável, entretanto, destacou que, no Brasil e no restante do mundo, ainda há um caminho a percorrer para alcançar o desenvolvimento tecnológico.

Para o diretor de transição energética e sustentabilidade na AHK Rio, Ansgar Pinkowski, algumas indústrias têm dificuldades em substituir essas fontes fósseis, principalmente a siderúrgica e cimenteira. A produção de aço, e uso de minério de ferro e coque, à base de carvão, resulta em elevadas emissões de CO2.

Outros investimentos da Voltalia na Bahia

A Voltalia anunciou em julho seus planos de realizar um investimento de R$ 1,5 bilhão na construção de uma usina eólica em São Gabriel, município da Bahia. Com o valor, a expectativa é que a empresa crie 230 empregos diretos e indiretos na fase de operação e outros 4 mil empregos na construção da usina de energia eólica. Além disso, com o investimento da Voltalia Energia, será possível gerar 306 MW por ano no município.

Em outubro de 2020, a companhia assinou também o primeiro protocolo de intenções com o Governo da Bahia para o desenvolvimento de duas usinas eólicas em Canudos, que conta com capacidade instalada de 99 MW e estão ainda com obras em andamento, com estimativa de início já em 2024, de acordo com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Outras 10 usinas de energia eólica em construção não iniciadas estão previstas para entrar em atividade até 2026 nos municípios de Canudos e Ourolândia.