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Apesar da transição energética, produção de óleo e gás crescerá 9% até 2030 segundo projeção da Westwood
FONTE: PetroNotícias
A empresa especializada em pesquisa de mercado e consultoria Westwood Energy apresentou novas estimativas sobre uma atividade substancial de perfuração no setor de óleo e gás mundial nos próximos anos. Com uma média de 53 mil poços por ano até o fim da década, a produção de petróleo bruto, condensado, gás natural e gás natural liquefeito para um máximo de 173 milhões de barris de óleo equivalente por dia até 2030. Isso representa um aumento de 9% em relação aos 159 milhões de barris de óleo equivalente por dia registrados em 2022.
Os dados fazem parte do relatório Wells & Production Outlook 2023-2030 da Westwood. O documento indica que se espera que sejam perfurados 428 mil poços durante o período previsto, com 95% deles em terra, predominantemente na China, Rússia e Estados Unidos. No ambiente offshore, a estimativa aponta para mais de 17 mil poços de águas rasas, com atividades impulsionadas pelo Qatar e pela Arábia Saudita, enquanto se esperam 2 mil poços submarinos entre 2023-2030, puxado pelas Américas.
A produção de líquidos (óleo cru, condensado e LGN) está prevista em 100 milhões de barris por dia até 2030, um aumento de 8% em relação a 2022, impulsionada pelo aumento da produção de petróleo bruto em áreas de águas profundas, como o Brasil e a Guiana, bem como pela oferta adicional do Oriente Médio.
Esse crescimento é explicado, principalmente, pelo avanço de diversos projetos ao redor do globo, especialmente na América do Sul. Entre o Brasil e a Guiana, 3 milhões de barris de petróleo por dia de capacidade de produção, armazenamento e descarga flutuantes (FPSO) passaram a decisão final de investimento (FID), mas ainda não iniciaram as operações comerciais, enquanto muitos dos principais projetos de expansão na Arábia Saudita e nos Emirados Árabes Unidos também foram sancionados, com a construção em curso.
Espera-se que a produção de gás aumente 10% até 2030 a partir de novos projetos em áreas como Moçambique, Mediterrâneo, onshore dos EUA e desenvolvimentos brownfield, como a expansão do Campo Norte na costa do Qatar.
“O nível de investimento visto nos últimos anos levará a um aumento material na capacidade de produção estrutural em relação ao previsto. Como resultado, a intervenção contínua da OPEP+ será provavelmente necessária para além de 2024 para garantir um mercado equilibrado e para que os preços do petróleo permaneçam dentro ou acima do intervalo de equilíbrio fiscal da Arábia Saudita”, disse o analista sênior da Westwood, Ben Wilby.
O especialista lembra ainda que cortes mais profundos na produção de petróleo no segundo e terceiro trimestres, incluindo um corte adicional de 1 milhão de barris por dia pela Arábia Saudita, uma medida prevista para julho, foram estendidos até o final de 2023. “Os cortes podem fazer com que a produção de óleo cru da Arábia Saudita caia para 9 milhões de barris por dia durante grande parte do segundo semestre de 2023, com incerteza sobre quando a produção será restabelecida. As adições de oferta, especialmente nos últimos anos da previsão, permanecem na fase de pré-sanção, o que representa um risco de queda na produção esperada, especialmente se os preços caírem abaixo de US$ 60 por barril”, finalizou.