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Indústria de biocombustíveis é a que mais emprega no Brasil entre as renováveis
FONTE: EPBR
A energia renovável empregou cerca de 1,4 milhão de pessoas no Brasil em 2022, com o setor de biocombustíveis liderando o mercado de trabalho no segmento.
De acordo com a revisão anual do trabalho da Agência Internacional de Energia Renovável (Irena, em inglês), são estimados 856,2 mil empregos relacionados ao biodiesel e etanol.
Houve, contudo, uma queda. A agência observa que o recuo de 6% na produção de biodiesel no ano passado – que ficou em cerca de 6,37 bilhões de litros/ano – foi acompanhado de uma redução nos postos de trabalho.
Em 2022, o mandato de mistura de biodiesel no diesel fóssil foi reduzido pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em uma tentativa de conter a inflação dos combustíveis em ano de corrida eleitoral.
A Irena estima que existam atualmente 282,4 mil empregos relacionados ao biodiesel no Brasil, bem abaixo dos 343,5 mil do ano anterior.
No etanol, a estimativa é que o aumento de cerca de 8,5% na produção a base de cana em 2022 tenha elevado a quantidade de pessoas empregadas a 573,8 mil no ano passado, ante 344,5 mil em 2021.
Logo atrás dos biocombustíveis está a indústria solar. Adicionando 9,9 GW, o Brasil ficou em quarto lugar em instalação de nova capacidade solar fotovoltaica em 2022, depois da China, dos Estados Unidos e da Índia.
A maior parte da expansão fotovoltaica nos últimos anos ocorreu na geração distribuída e os empregos criados nas vendas, instalações e operação e manutenção (O&M), que são normalmente geridas por pequenas empresas.
A Irena estima cerca de 241,1 mil empregos no setor solar fotovoltaico do Brasil em 2022, um aumento significativo em relação aos 131 mil postos de trabalho em 2021.
Na indústria eólica, a estima cerca de 67, 7 mil trabalhadores envolvidos com o segmento, principalmente na construção, seguida pela O&M.
Crescimento concentrado
No mundo, houve um aumento de um milhão nas vagas criadas no setor de energia renovável ao longo do ano passado, e hoje há 13,7 milhões de trabalhadores em energias renováveis.
O relatório concluiu que o segmento está atraindo investimentos crescentes, o que leva à criação de empregos em um número crescente de países. No entanto, segue a tendência de anos anteriores, com 41% das vagas concentradas na China.
Brasil, União Europeia, Índia e Estados Unidos são os outros principais mercados. “Juntos, eles representam a maioria das instalações de capacidade global e desempenham papéis importantes na fabricação de equipamentos, engenharia e serviços associados”, observa o documento..
Na média global, a energia solar fotovoltaica (PV) foi mais uma vez o maior empregador em 2022, alcançando 4,9 milhões de empregos, mais de um terço da força de trabalho total no setor das energias renováveis.
Geração hidrelétrica e biocombustíveis mantiveram as estimativas próximas a 2021, com cerca de 2,5 milhões cada, seguidos pela energia eólica com 1,4 milhões de empregos.
Curtas
Agro solar
A rede de franquias Solarprime espera movimentar mais de R$ 8 milhões em vendas de projetos fotovoltaicos com o Plano Safra no Brasil.
Desde julho deste ano, pequenos e médios agricultores podem obter financiamento no programa federal para projetos de inovação, modernização e sustentabilidade na atividade agropecuária, o que inclui a instalação de sistemas fotovoltaicos.
“A previsão é chegar a 2 megawatts (MW) de energia solar comercializados com a implementação do Plano Safra”, conta o CEO da Solarprime, Mário Campo Grande.
Segundo o executivo, a expectativa é alavancar as vendas, principalmente de sistemas de minigeração, destinados às propriedades rurais e que possuem aproximadamente 100 mil KWp de potência instalada.
Minerais críticos
A Petrobras não descarta a possibilidade de investir em minerais críticos para a transição energética, como terras raras e lítio, segundo o diretor executivo de Transição Energética da companhia, Maurício Tolmasquim.
Novos materiais
Uma torre de turbina eólica de 105 metros feita de madeira, a mais alta do gênero, está sendo construída na Suécia pela empresa de tecnologia de madeira Modvion e deve entrar em operação ainda em 2023. Na torre será montada uma turbina de 2 MW produzida pela Vestas.