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De olho na transição energética, multinacionais têm Brasil como prioridade

FONTE: TN Petróleo

Consolidado como um dos maiores eventos do setor de energia limpa e renovável, o Congresso Ecoenergy 2023 teve início nesta quarta-feira, dia 20 de setembro, em São Paulo, e segue até o dia 22. O painel de abertura contou com pesos-pesados do mercado, que apresentaram os cenários e as perspectivas para a matriz energética brasileira, contemplando tanto desafios como oportunidades. O evento é organizado pela Fiera Milano Brasil com a curadoria feita pela Blue Ocean Business Events.

No horizonte, o compromisso do Brasil de zerar as emissões de carbono na atmosfera até 2050, sem, no entanto, comprometer o desenvolvimento econômico do País – o que passa, logicamente, pela ampliação da geração de energia limpa. “Nessa corrida da descarbonização, pelo menos no campo da energia, estamos em vantagem. Mais de 70% da nossa matriz é limpa e renovável. No mundo, esse índice não supera os 30%”, apontou durante o encontro Charles Lenzi, presidente da Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa.

Isso não significa que não existam desafios. Guilherme Lencastre, presidente do conselho de administração da Enel, mencionou o fim do desmatamento – bem como a expansão de reflorestamento – e a atividade pecuária especificamente, que, por poluir muito, precisa ter processos revisitados. “Outro ponto importante, e no qual a Enel está diretamente envolvida, é dobrar a eletrificação do transporte, especialmente nas grandes cidades”, disse. “Ademais, nossos estudos estimam que atividades relacionadas à economia verde podem aumentar o PIB brasileiro em 3% e gerar oito milhões de empregos”.
Como salientado por Thadeu Silva, diretor da Cemig, o ambiente brasileiro é tão amplo que permitiu à empresa, que atende 10 milhões de consumidores, rever suas prioridades. “Voltamos às origens. No nosso plano estratégico, queremos focar na geração, distribuição e transmissão de energia renovável em Minas Gerais”.

Interesse estrangeiro

Contando com a italiana Enel, quatro multinacionais enviaram representantes para o debate, sintoma da atração que o mercado brasileiro de energia desperta. “Temos metas de crescimento ambiciosas, ligadas ao nosso propósito de acelerar a transição energética, e o Brasil é fundamental. Fora da Europa, é onde mais investimos”, afirmou Paula Suanno, vice-presidente de desenvolvimento da estatal norueguesa Statkraft. Presente no país desde 2009, possui 450,7 MW de capacidade instalada em território nacional e um portfólio de projetos em desenvolvimento de 2216 MW.

Outra estatal norueguesa, a petrolífera Equinor, esteve presente através da controlada Rio Energy – adquirida este ano. O CEO da Rio Energy, Marcos Meireles (foto), destacou que entre os players do setor de óleo e gás, a norueguesa é a que está mais avançada no processo de descarbonização de suas atividades, o que torna imperativo alocar recursos no Brasil.
“Nosso país é o maior polo de energia renovável da América Latina e pode, inclusive, ajudar no desenvolvimento de outros mercados. O plano da Equinor é que 20% do seu gás seja gerado aqui”, relatou.

Já a Pan American Energy, que está construindo seu primeiro ativo no país – o Complexo Eólico Novo Horizonte, na Bahia –, pontuou que tem planos de longo prazo para o Brasil. “Queremos alcançar 3 GW de capacidade instalada até 2028”, disse Alejandro Dupuy, managing director para a região. Caso isso se realize, passaria a ter o dobro da capacidade que possui em seu país sede, a Argentina, e que soma 1,4 GW em eólicas e térmicas.

Serviço
Congresso Ecoenergy 2023

Data: 20 a 22 de setembro
Local: World Trade Center Events Center

Endereço: Avenida das Nações Unidas, 12.551, Brooklin Novo, São Paulo, Brasil