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China mantém ritmo acelerado em julho com alta de 11,5% na produção de aço, informa Worldsteel

Ao ritmo atual, a siderurgia chinesa fecharia o ano com produção recorde de 1,07 bilhão de toneladas de aço bruto, segundo a associação

FONTE: Valor Econômico

Apesar de vir há um bom tempo com a economia desaquecida, levando a recuo no consumo interno de produtos siderúrgicos, a China mantém ritmo acelerado de produção de aço. Em julho, a siderurgia do país cresceu 11,5%, para 90,8 milhões de toneladas.

Os números são do boletim mensal da World Steel Association (WSA), que foi divulgado na manhã desta terça-feira (22) em Bruxelas. Os dados foram fornecidos por 63 países que se reportam à entidade do aço.

Conforme a WSA, no ano, de janeiro a julho, a China — maior produtor e consumidor global de produtos siderúrgicos — atingiu volume de 626, 5 milhões de toneladas de aço bruto. Isso representou crescimento de 2,5%.

Ao ritmo atual, a siderurgia chinesa fecharia o ano com produção de 1,07 bilhão de toneladas de aço bruto, volume recorde e bem superior ao que foi fabricado no ano passado, de pouco mais de 1 bilhão de toneladas.

Nesse cenário, com a demanda fraca no mercado doméstico — principalmente nos setores de construção imobiliária e de infraestrutura, grandes demandantes de aço —, o país vem elevando o ritmo de exportação de produtos siderúrgicos. Um dos mercados alvo é o brasileiro: das importações no ano, mais de 52% é de material oriundo da China.

Globalmente, segundo a WSA, a fabricação de aço bruto no mês passado alcançou 158,5 milhões de toneladas. O volume representou crescimento de 6,6% na comparação com um ano atrás.

No acumulado de sete meses, a produção atingiu 1,1 bilhão de toneladas, decréscimo de apenas 0,1% na comparação com mesmo período de 2022. Desse montante, a China respondeu por 57%.

Outro destaque entre os desempenhos de julho, no ranking dos dez maiores países fabricantes de aço, foi a Índia, que registrou crescimento de 14,3% na base de comparação anual, somando 11,5 milhões de toneladas no mês.

A indústria do aço da Turquia, após o impacto dos terremotos de fevereiro em parte de seu parque fabril siderúrgico, exibiu reação, com alta de 6,4%, e retomou a 8ª posição no ranking.

O Brasil, em nono lugar, voltou a destoar, com retração de 4,7%, para 2,7 milhões de toneladas. Um fator, além da demanda interna fraca e da baixa exportação, é a reforma do principal alto-forno da Usiminas, que vem ocorrendo desde abril e deve ser concluída ao final deste mês.

No ano, o país produziu 18,6 milhões de toneladas, recuo de 8,6%, conforme o relatório de julho da WSA divulgado hoje.

Representantes das siderúrgicas que atuam no país, conforme reportagem do Valor na segunda-feira (21), estão se mobilizando para levar ao governo propostas de medidas para conter a forte entrada de aço estrangeiro no mercado local, principalmente material chinês.