FONTE: Valor Econômico

Diante da perspectiva ligeiramente melhor para demanda e preços da ureia, a Unigel Participações S.A. decidiu que vai retomar em setembro as operações na fábrica de fertilizantes de Sergipe, arrendada da Petrobras em 2020.

Além disso, a companhia, que luta para superar uma grave crise financeira, retomou nesta semana a produção na unidade de estireno em Cubatão (SP).

A Unigel Agro Sergipe foi temporariamente hibernada por causa da queda acentuada dos preços internacionais da ureia, sem correção da mesma magnitude nos preços do gás natural, matéria-prima essencial na produção de fertilizantes nitrogenados.

A produção na planta havia sido suspensa em maio, em decorrência de uma parada para manutenção, que acabou sendo estendida enquanto a Unigel buscava renegociar o preço do gás natural com a Petrobras.

Instalada na cidade de Laranjeiras, a unidade produz ureia e amônia. Já a fábrica de fertilizantes da Bahia, também arrendada da estatal, segue com a produção suspensa.

Segundo o presidente da companhia, Roberto Noronha Santos, a decisão de retomada das operações se deve a uma “discreta melhoria do ciclo petroquímico como um todo”.

“O cenário da indústria química ainda se mostra desafiador, mas nós entendemos que é um momento de retomar as atividades de forma gradual e responsável. Prevemos um aumento da demanda de ureia até o final do ano em razão da próxima safra de inverno”, disse, por meio de nota.

A companhia segue em conversas com a Petrobras para potencialmente desenvolver projetos de baixo carbono, hidrogênio verde e fertilizantes. As empresas assinaram um acordo de confidencialidade, com prazo de dois anos, para analisar negócios conjuntos nessas áreas.

A fábrica de Laranjeiras tem capacidade de produção de 450 mil toneladas de amônia e 650 mil toneladas de ureia por ano, e a retomada das operações, conforme a Unigel, representa uma prioridade nacional.

“Convivemos com uma ampla dependência de fertilizantes nitrogenados vindos de outros países. Hoje 85% da demanda é atendida por importação. Consequentemente, ter uma produção no Brasil é essencial para garantir a redução da vulnerabilidade do país e a segurança dos nossos clientes”, disse Noronha.