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Australiana Meteoric Resources anuncia investimento de R$ 1,5 bilhão em Minas Gerais

O projeto se refere à extração de argila iônica em terras raras no município de Poços de Caldas

FONTE: Valor Econômico

A australiana Meteoric Resources, anunciará investimento de R$ 1,5 bilhão, no prazo de três anos, em um projeto de extração de argila iônica em terras raras no município de Poços de Caldas, no sul de Minas Gerais. O anúncio será feito em evento com a presença do governador Romeu Zema (Novo).

O projeto compreende 51 processos minerários, e a empresa deve começar a extração de argila iônica em 2026. A previsão é gerar 500 empregos diretos e 1,5 mil indiretos.

De acordo com informações da companhia, o Projeto Caldeira é o depósito de terras raras de argila iônica de maior grau do mundo. A empresa estima que os recursos minerais na região sejam três a quatro vezes maiores do que outros polos de terras raras.

A Meteoric estima que a área tenha recursos minerais compatíveis com 409 milhões de toneladas, com concentração de 1 mil partes por milhão de argila iônica, sendo mais de 200 milhões de toneladas com 3 mil partes por milhão de teor de concentração.

A Meteoric contratou em junho a Organização Australiana de Ciência e Tecnologia Nuclear para ajudar nos testes metalúrgicos no Projeto Caldeira.

Em março, a Meteoric Resources fechou um acordo com o grupo Togni para adquirir o Projeto Caldeira, em Poços de Caldas. Com isso, passou a ter direito exclusivo para explorar e minerar terras raras nas 21 licenças de mineração e 9 pedidos de licença que compõem o projeto.

A Meteoric se comprometeu a pagar adiantamentos anuais de US$ 5 milhões à Togni, de 10 de abril de 2023 a 2 de abril de 2026. Após o início da produção, a australiana vai pagar à Togni um royalty de 4,75% com base no valor de óxido de terras raras referenciado pelo preço livre na China livre de impostos (FOB).

De acordo com dados do Ministério de Minas e Energia, o Brasil tem a terceira maior reserva de terras raras do mundo, com 21 milhões de toneladas. Os maiores depósitos estão na China (44 milhões de toneladas) e no Vietnã (22 milhões de toneladas).

Atualmente, a extração realizada no país é pequena e a partir das reservas remanescentes da produção de monazita em uma unidade desativada em Buena, no Rio de Janeiro. Mas existem estudos de viabilidade de mineração em Araxá, Morro do Ferro (MG), Serra Verde (GO), Pitinga (AM), Foxfire (BA) e Energy Fuels (BA).