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Suzano anuncia antecipação da nova fábrica, em MS, para até junho de 2024

Companhia encerrou o segundo trimestre do ano com lucro líquido de R$ 5,08 bilhões, em forte alta

FONTE: Valor Econômico

Junto com os resultados financeiros do segundo trimestre, a Suzano anunciou um novo cronograma para o Projeto Cerrado, que compreende investimentos de R$ 22,2 bilhões. Agora, a companhia prevê iniciar a operação da maior fábrica de celulose em linha única do mundo até junho de 2024, frente à previsão anterior que apontava para o segundo semestre do mesmo ano.

A nova data, segundo a companhia, se justifica pelo “avanço das obras e consequente melhor visibilidade sobre seu desenvolvimento”. “Estamos a menos de um ano de Cerrado entrar em operação. Alocação de capital é uma questão crítica para a Suzano e estamos avaliando sempre os próximos passos, visto que vamos reinvestir 90% da geração de caixa”, disse ao Valor o presidente da companhia, Walter Schalka.

Nos últimos dois anos, apesar do investimento expressivo na nova unidade em Mato Grosso do Sul, destacou o executivo, a Suzano executou uma série de outros projetos, entre os quais a compra dos ativos de tissue da Kimberly-Clark no Brasil, e conseguiu manter a posição de dívida líquida, de US$ 11,3 bilhões em junho.

No segundo trimestre, conforme esperado, os resultados da companhia foram afetados pela forte correção dos preços da celulose de eucalipto, em particular na China, e pelo dólar mais fraco frente ao real. Ainda assim, destacou o diretor de Finanças, Relações com Investidores e Jurídico da Suzano, Marcelo Bacci, a geração operacional de caixa foi expressiva e chegou a R$ 2,2 bilhões. Na comparação anual, a queda foi de 56%.

A companhia comercializou praticamente tudo o que produziu” — Marcelo Bacci

“Os volumes de venda foram positivos tanto na celulose quanto no papel, e os estoques de celulose continuam baixos. Basicamente, a companhia vendeu tudo o que produziu”, disse Bacci, que destacou ainda a redução do custo caixa de produção de celulose de 2% em relação as três primeiros meses do ano, para R$ 918 por tonelada (sem paradas). A tendência é de continuidade dessa curva, observou.

As vendas em volume no trimestre somaram 2,81 milhão de toneladas – 2,5 milhões de toneladas de celulose e 294 mil toneladas de papéis -, com queda de 6% frente ao mesmo período de 2022.

De abril a junho, a Suzano teve receita líquida de R$ 9,16 bilhões, queda de 20% na comparação anual e de 19% frente aos três meses anteriores, refletindo o menor volume de vendas de papel e celulose, preços mais baixos da matéria-prima e câmbio.

O resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado da empresa recuou 38%, para R$ 3,92 bilhões, com margem Ebitda de 43% – queda de 12 pontos percentuais em um ano. O lucro líquido, por sua vez, saltou a R$ 5,08 bilhões, de R$ 182 milhões um ano antes, impulsionado principalmente pelo resultado financeiro.