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Investimentos em intervenção de poços devem crescer nos próximos anos, com contribuição importante do onshore brasileiro

FONTE: PetroNotícias

1670418949305À medida que as empresas de produção de petróleo e gás buscam métodos eficientes e econômicos para aumentar sua produção, o mercado de intervenção em poços deve receber um impulso saudável. As chamadas intervenções são uma forma de extrair recursos adicionais de um poço existente em vez de perfurar um novo. Os investimentos nesse tipo de atividade devem saltar quase 20% neste ano e totalizar US$ 58 bilhões, de acordo com uma nova previsão divulgada pela Rystad Energy. A consultoria afirma ainda que esse será apenas o começo de um aumento nos próximos anos, à medida que o foco na eficiência se intensifica. Um destaque positivo da pesquisa mostra ainda que o Brasil será o terceiro país que mais realizará intervenções em poços terrestres entre os anos de 2023 e 2028.

Em 2023, uma fatia de US$ 12 bilhões do gasto total será direcionada ao segmento de wireline e perfuração. Enquanto isso, as unidades de intervenção e os setores de produtos químicos para campos petrolíferos receberão, juntos, um valor acima de US$ 20 bilhões. Além disso, a soma dos investimentos em tubulação, gerenciamento de água e ferramentas de intervenção deve fechar 2023 ultrapassando os US$ 20 bilhões. Por fim, os serviços de estimulação ficarão com uma parcela maior que US$ 5 bilhões.

Previsão de investimentos no onshore entre 2023 e 2028 - clique para ampliar

Previsão de investimentos em intervenção
onshore entre 2023 e 2028

À medida que a demanda por petróleo aumenta no segundo semestre deste ano, as operadoras procurarão aumentar a produção dos campos existentes, e as intervenções nos poços serão uma peça vital do quebra-cabeça. Como um método rápido, eficiente e econômico de maximizar os recursos existentes, as intervenções serão um tema importante nos próximos anos”, avaliou a analista da cadeia de suprimentos da Rystad Energy, Jenny Feng (foto).

Para aumentar a produção em vez de perfurar novos poços, é mais provável que os operadores realizem intervenções em ativos maduros que produzem há mais de cinco anos, com taxas de produção relativamente altas que começam a mostrar sinais de declínio. As intervenções onshore na Ásia, América do Sul e África liderarão o crescimento de 9% nas atividades relacionadas à intervenção durante 2024, um ano que se espera ser significativo para o mercado de intervenção em poços. A América do Norte deverá responder por 64% do total de poços de petróleo e gás prontos para intervenção em 2027, enquanto a Ásia e a América do Sul atingirão seu máximo em 2026, com 41.413 e 9.703 poços, respectivamente.

Infográfico mostra previsão de recursos aplicados em intervenção offshore - clique para ampliar

Infográfico mostra previsão de recursos
aplicados em intervenção offshore

Segundo a Rystad, o onshore convencional da Arábia Saudita será o setor que mais receberá investimentos em intervenções entre 2023 e 2028, com US$ 7,8 bilhões. Em seguida, aparece a Argélia, com US$ 3,7 bilhões. Em terceiro lugar na lista surge o Brasil, com previsão de US$ 2,9 bilhões em investimentos. Segundo a Rystad, a Argélia e a Arábia Saudita são os dois principais mercados onshore, somando mais de 11 mil poços com oportunidades excepcionais de intervenção de 2023 a 2028. O Brasil, por sua vez, representa quase 17% do total das cinco principais intervenções, totalizando quase 3 mil intervenções.

Em termos de mercados offshore, 618 ativos são altamente atrativos para intervenção. A Noruega e a Austrália destacam-se com 36% e 25%, respetivamente, enquanto o Reino Unido obteve uma média de 3,05 devido aos 91 poços que poderão estar envolvidos em atividades de intervenção.