.

De olho em gás para clientes finais, Eneva reforça suas operações no Nordeste com Hub Sergipe

Empresa, que é o principal player privado de produção de gás onshore, quer ampliar uma das maiores termelétricas do Brasil e entregar gás para o consumidor final após aquisição da Celse

FONTE: Valor Econômico

Entregar gás para clientes finais e oferecer uma carteira de serviços flexíveis para grandes players do setor. Essas são algumas das pretensões da Eneva em Sergipe. A empresa, que é o principal player privado de produção de gás onshore do país, vem reforçando suas operações no estado nordestino, entendendo a região como uma nova fronteira para óleo e gás — tudo suportado por um ambiente de negócios amigável.

Em um cenário em que o gás natural reforça sua importância global na transição para uma economia de baixo carbono, a Eneva se apoia em sua operação sergipana para ampliar conexão com parceiros e o acesso a novos mercados.

“Acreditamos nas potencialidades a serem destravadas em óleo e gás a partir da região. Além da possibilidade de implementar novas termelétricas, enxergamos a oportunidade de vender gás e comercializar serviços. Temos uma situação perfeita para proporcionar parcerias com flexibilidade”, afirmou Marcelo Cruz Lopes, diretor executivo de Marketing, Comercialização e Novos Negócios da Eneva. “Entre os clientes já mapeados, incluindo empresas parceiras e fábricas de fertilizantes, já temos nove milhões de metros cúbicos/dia em oportunidades potenciais já prospectadas”, completou.

Disposta a compartilhar sua visão sobre este momento promissor no estado, a Eneva participou do Sergipe Day, evento realizado no último dia 25 na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na Avenida Paulista. A programação contou com a participação das principais lideranças sergipanas, incluindo o governador, Fábio Mitidieri, e o senador e relator da Nova Lei do Gás, Laércio Oliveira. Empresas do setor de petróleo, gás e fertilizantes, que já atuam na região e identificam Sergipe como um indutor de desenvolvimento, também prestigiaram o evento.

O conteúdo do Sergipe Day, na íntegra, permanece disponível no canal do Valor no YouTube.

Como lembrou o diretor da Eneva, Sergipe está localizado estrategicamente no centro da Região Nordeste e conta com 30 milhões de potenciais consumidores num raio de 500 quilômetros. E, com a recente descoberta de novos campos a serem explorados pelo Projeto Sergipe Águas Profundas, caminha para se tornar a nova fronteira de óleo e gás no Brasil.

“Acreditamos no estado e demonstramos essa postura com a aquisição da Centrais Elétricas de Sergipe (Celse), que mobilizou R$ 10,2 bilhões”, comentou Lopes durante o evento.

Marcelo Cruz Lopes, diretor executivo de Marketing, Comercialização e Novos Negócios da Eneva durante o Sergipe Day — Foto: Divulgação/Eneva
Marcelo Cruz Lopes, diretor executivo de Marketing, Comercialização e Novos Negócios da Eneva durante o Sergipe Day — Foto: Divulgação/Eneva

O acordo, firmado há um ano, levou a Eneva a controlar a Usina de Porto de Sergipe, rebatizada como Hub Sergipe, localizada em Barra dos Coqueiros, município da Região Metropolitana de Aracaju (SE). O hub conta com uma usina com capacidade de geração de 1,6GW, o equivalente a 15% da demanda de energia da Região Nordeste, e com capacidade de expansão de 3,2GW já licenciada.

O complexo inclui ainda uma unidade flutuante de armazenamento e regaseificação de gás natural (FSRU), com capacidade de regaseificação de 21MMm³ — que estará conectada à rede no próximo ano, quando será concluída uma obra contratada junto à Transportadora Associada de Gás S.A. (TAG).

Unidade flutuante de armazenamento e regaseificação de gás natural (FSRU) em Sergipe — Foto: Divulgação/Eneva
Unidade flutuante de armazenamento e regaseificação de gás natural (FSRU) em Sergipe — Foto: Divulgação/Eneva

A usina é movida a gás natural e gera energia em um ciclo combinado de gás e vapor. O gás natural utilizado chega à unidade na forma de gás natural liquefeito (GNL), depois é regaseificado na unidade de armazenamento e regaseificação.

Após esse processo, o gás é utilizado para gerar energia segura e competitiva para todo o país. “Resultado da maior aquisição da história da empresa, a compra da Celse foi fundamental para a Eneva alcançar 6,3GW de capacidade de geração de energia, entre projetos já em operação ou contratados”, informou Lopes.

Dessa forma, a Eneva continua diversificando seu portfólio de ativos, que incluem, por exemplo, o complexo Solar Futura, na Bahia, e a operação Azulão-Jaguatirica, que leva gás natural liquefeito para proporcionar segurança energética a Roraima. Sergipe se soma, de forma estratégica, aos planos da companhia para os próximos anos.