.

Paralisação do Alto Forno 3 da Usiminas acontece nos próximos dias, afirma presidente

Reforma do Alto Forno 3 é um dos maiores investimentos da companhia na última década, com aporte de R$ 2,7 bilhões

FONTE: Valor Econômico

A Usiminas fará a parada do Alto Forno 3 da Usina de Ipatinga (MG) nos próximos dias. De acordo com o presidente da companhia, Alberto Ono, a preparação para a parada corre dentro do planejamento.

“As obras na parte periférica do equipamento correm dentro do planejado”, afirmou Ono, em teleconferência para analistas de mercado e investidores.

De acordo com o executivo, toda a preparação da estocagem de produtos semi-acabados para atender os clientes no período em que a produção de gusa e aço será reduzida em Ipatinga está completa.

“A aquisição de placas para consumo no período de parada está praticamente concluída”, afirmou Ono.

A reforma do Alto Forno 3 é um dos maiores investimentos da Usiminas na última década, com aporte de R$ 2,7 bilhões.

Para a obra, de setembro do ano passado a abril deste ano foram feitas 6 mil contratações pela Usiminas e por empresas terceiras. O pico da obra será em junho, com geração de cerca de 9 mil empregos temporários, somando as intervenções no Alto Forno 3 e na Aciaria 2, informou a Usiminas.

A empresa já investiu R$ 540 milhões em compras de materiais nos municípios próximos à Usina de Ipatinga e mais de R$ 100 milhões foram investidos em serviços de apoio às obras na região.

Reparos na coqueira 2

A Usiminas informou ainda, durante a teleconferência, que fará reparos na coqueria 2 a partir do início de 2024. A reforma da coqueria 3 ainda está em fase de estudos. O principal foco neste ano é o investimento na reforma do Alto Forno 3 de Ipatinga (MG), que terá início na semana que vem, segundo o vice-presidente industrial da Usiminas, Américo Ferreira Neto.

A reforma do Alto Forno 3 vai exigir 110 dias de parada do equipamento. Ferreira disse que as ações anteriores à reforma do alto forno foram feitas de acordo com o planejamento, como a drenagem do material remanescente do alto forno, que inclui o “blowdown”, que é o desligamento do alto forno por meio da redução de carga até o nível das ventaneiras, e o chamado “vazamento de salamandra”, que é a drenagem do material remanescente que fica no interior do cadinho, logo abaixo da ventaneira.

O vice-presidente de finanças da Usiminas, Thiago Rodrigues, disse que, por conta da obra, haverá uma aceleração de investimento no segundo e no terceiro trimestres deste ano. A projeção de investimentos para 2023 está mantida em R$ 3,2 bilhões.

O executivo acrescentou que não espera uma mudança significativa em termos de capital de giro no segundo trimestre, mesmo com a aceleração do investimento.

Contratos renegociados

A Usiminas reduziu em 12%, em média, o preço dos contratos de fornecimento ao setor automotivo que venciam em abril, informou o vice-presidente comercial, Miguel Homes, durante a teleconferência. O reajuste ficou em linha com o aumento de preços feito nos contratos que venceram em janeiro.

Os contratos que vencem em abril representam 80% do volume de vendas para o setor automotivo, segundo Homes.

O executivo acrescentou que os preços médios praticados em março ficaram em torno de 1,5% abaixo do preço médio de todo o trimestre. A redução, segundo Homes, está relacionada ao mix de vendas do período e ao reajuste nos preços de 20% dos contratos. O executivo observou que 25% das vendas foram de produtos de segunda qualidade negociados em contratos para o mercado físico asiático.

“Para o segundo trimestre o foco é a exportação de produtos de maior valor agregado para mercados tradicionais. Vamos manter a exportação regular para o mercado argentino no segundo trimestre. E vamos continuar entregando volumes regulares para nossa carteira”, afirmou Homes.

O vice-presidente acrescentou que todos os setores clientes da Usiminas têm sofrido o impacto da alta de juros e da oferta de crédito mais restrita. De acordo com o executivo, a previsão para o segundo trimestre de um volume de vendas um pouco mais baixo deve-se à expectativa de demanda para o período, não tendo relação com a parada do Alto Forno 3.

Rodrigues acrescentou que há no mercado uma tendência de aumento nos preços das placas, que serão usadas em maior escala pela companhia a partir deste mês, com a parada para manutenção do Alto Forno 3 de Ipatinga (MG). Com isso, pode haver uma maior pressão de custos no segundo trimestre, em comparação com o primeiro trimestre.

“Não deve haver uma mudança muito significativa em termos de custos, mas existe a possibilidade de termos margens mais apertadas no segundo trimestre”, afirmou Rodrigues.