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Fusões e aquisições no setor solar registram alta de 92%

Redirection International aponta crescimento no volume de transações envolvendo empresas de geração e distribuição

FONTE: Canal Solar

As fusões e aquisições (M&A) no mercado brasileiro de energia solar tiveram crescimento de 92% em 2022, em relação a 2021, com 25 transações concluídas, quase o dobro do ano anterior, que registrou 13.

Os dados são de um levantamento realizado pela Redirection International, consultoria especializada em assessoria de fusões e aquisições, e levam em conta todas as negociações de M&A e aquisição de ativos envolvendo empresas de geração e distribuição fotovoltaica, não contemplando startups, serviços relacionados ou formações de joint ventures no segmento.

De acordo com o economista Adam Patterson, sócio da Redirection, o bom desempenho na atividade de M&A é resultado do crescimento do setor, que já responde por 11,2% de toda a energia elétrica produzida no país e se tornou recentemente a segunda principal fonte da matriz energética brasileira, segundo dados da ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica).

“A indústria de geração solar distribuída está passando por uma fase de crescimento acentuado e será cada vez mais marcada por transações de M&A, tanto de empresas locais e estrangeiras, quanto de grandes fundos de investimentos”, destacou.

Entre os fatores que impulsionaram a atração de investimentos no setor, de acordo com o relatório, estão o Marco Legal da micro e minigeração distribuída e os incentivos fiscais para a instalação de sistemas fotovoltaicos.

Patterson lembra que a busca por energia limpa e a agenda ESG são uma tendência global e o Brasil possui um grande potencial para esse tipo de geração. “A legislação vigente trouxe segurança jurídica para os investidores e as fusões e aquisições trazem grandes oportunidades para acelerar essa transição da matriz energética”.

O levantamento aponta ainda que o setor macro de energia no Brasil — que engloba todas as fontes de geração – também apresentou crescimento no volume de fusões e aquisições. “Isso demonstra a resiliência deste segmento que está na contramão do mercado nacional, que registrou queda de 7,8% no volume total de M&A em 2022”, ressaltou.

As operações envolvendo companhias energéticas representaram 10% do total de transações registradas no Brasil no ano passado, com 114 negociações consolidadas, crescimento de 81% em relação a 2021, quando foram 63.

Mercado em expansão

Com o mercado de energia solar em expansão, a expectativa é que as operações de fusão e aquisição de projetos fotovoltaicos acompanhem essa tendência, principalmente com a entrada de investidores globais em busca de segurança energética e alta rentabilidade.

Na visão da Redirection International, o mercado de startups também deve alavancar o setor nos próximos anos. Um levantamento realizado pela plataforma de inovação Distrito relatou que as energytechs atraíram, somente nos 11 primeiros meses de 2022, cerca de US$ 288 milhões em aportes, crescimento de 134% em relação a 2021.

“O setor tem tudo para crescer com a entrada de mais investimentos privados e capital estrangeiro. Grandes players buscam projetos de qualidade em energia solar, incluindo brasileiros como Ômega Geração e AES Tietê, bem como os grandes globais como por exemplo, a Total, a Dutch Shell, a Royal e a Equinor. Além disso, as empresas tradicionais de energia estão cada vez mais atentas a esse tipo de geração”, concluiu o executivo.