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Setor de papel e papelão ondulado prevê alta de 3,5% e investimentos de até R$ 3,4 bi

FONTE: Revista OE

Após uma queda em 2022, a Associação Brasileira de Embalagens em Papel (Empapel) fez projeções positivas para este ano de 2023. A associação divulgou, através da presidente do Conselho de Administração da Empapel, Gabriella Michelucci, um balanço do mercado de 2022 e as perspectivas para 2023. Segundo Gabriella, com base nos estudos da Fundação Getúlio Vargas, as projeções são positivas para 2023, com crescimento estimado de 3% a 3,5%. De acordo com a presidente, produtores de embalagens de papelão ondulado do Brasil estão investindo cerca de R$ 3,4 bilhões em novas unidades para expansão de capacidade ou modernização para acompanhar o crescimento estrutural previsto para a demanda nos próximos anos.

“Cada vez mais o consumidor quer receber na sua casa uma embalagem sustentável. A embalagem de papelão ondulado tem a segunda melhor taxa de reciclagem do Brasil e está entre as melhores do mundo. A indústria brasileira de reciclagem para esse tipo de embalagem é completa”, ela conta.

“Há outros mercados que vêm crescendo também em termo de uso de embalagens de papel. É uma embalagem que pode servir para dois propósitos: transporte e exposição. Isso ajuda na diminuição da quantidade de embalagens e de tempo para o varejista. O movimento para embalagens de papel cartão está bastante forte. É um mercado que competia muito com outros materiais”, segue.

Segundo Gabriella, há também o movimento que está ocorrendo de substituição de materiais de embalagens: “Atualmente há uma migração muito rápida nas cervejarias. Quando se olha para sacos industriais, também existe um overlap muito grande e também uma migração. Há muitas oportunidades ainda, através do crescimento do e-commerce, o que tem gerado um aumento em relação aos modelos anteriores (de crescimento)”.

Sobre 2022, Michelucci divulgou que o primeiro semestre foi de queda, em especial o primeiro trimestre, com redução de 9,7% na expedição, em relação ao mesmo período de 2021. O segundo trimestre mostrou uma queda, embora menos acentuada, de 2,2%, frente a igual trimestre do ano anterior.Somente no segundo semestre houve recuperação, com crescimento no terceiro trimestre e provável aumento de 2% no quarto trimestre. O ano terminaria com queda de 1,7%. No entanto, esse número é reflexo de um patamar de comparação muito alto, de acordo com os números apresentados por Gabriella: “2021 foi o melhor ano do nosso mercado”. Então, essa queda de 1,7%, ainda deixa o patamar da indústria alto. Isso é bastante positivo”, salienta.

A respeito da mudança de gestão em 2023, a presidente diz que com a chegada do novo governo federal as perspectivas são animadoras: “Os primeiros seis meses vão ser de muitas discussões entre Executivo e Congresso. O consumidor quando não tem confiança, age com redução de consumo. Por outro lado, temos uma injeção importante para acontecer no mercado. A PEC (da Transição) sendo aprovada (como foi de fato aprovada nesse dia 21 de dezembro de 2022 pelo Congresso Nacional), são R$ 170 bilhões extras no Orçamento indo quase tudo diretamente para melhorar a renda das famílias, dos consumidores”.