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Aegea prevê tratar 50% do esgoto no Ceará até 2025
FONTE: Revista OE
Após a vitória de dois blocos em leilão no Ceará, a Aegea se tornou a empresa que mais investiu em saneamento básico no Norte e no Nordeste nos últimos quatro anos. Venceu a Concorrência Pública Internacional 2022/002, promovida pela Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), reunindo 24 municípios no Ceará para prestação dos serviços de esgoto.
Antes desses novos blocos, a concessionária já atuava em Crato, também no Ceará, após concorrência vencida em fevereiro deste ano, um contrato de 35 anos que beneficia 133 mil pessoas do município. Após vencer os dois blocos do leilão de setembro, a Aegea passará a ter a concessão para a prestação dos serviços de esgoto nas seguintes regiões cearenses: Blocos 1, composto por 17 municípios da região metropolitana de Fortaleza/sul e da região metropolitana do Cariri; e Bloco 2, formado por 7 municípios da região metropolitana de Fortaleza/norte, incluindo a capital.
Além do Nordeste, a Aegea atua no Norte através da Águas de Manaus, onde opera desde 2018. Lá, segundo o vice-presidente regional da Aegea, Renato Medicis, em entrevista à revista O Empreiteiro, a empresa pretende aplicar mais de R$ 1 bilhão no saneamento da capital do Amazonas.
Renato Medicis conta que os programas no Ceará contempla a execução de obras de infraestrutura, melhorias, manutenção e operação dos sistemas de esgotamento sanitário, com investimento total de R$ 6,2 bilhões, sendo R$ 4,89 bilhões até 2033, outros R$ 718 milhões até 2040 e o restante, R$ 604 milhões, até 2052.
“O compromisso é que o serviço de coleta e tratamento de esgoto chegue a 90% da população até 2033, avançando para 95% em 2040. Com a vitória do leilão da Cagece, a Aegea passará a operar em 178 municípios e 13 estados, atendendo aproximadamente 26 milhões de habitantes”, comenta o vice-presidente, lembrando que além de Fortaleza, a companhia atua nas capitais Teresina (PI), Manaus (AM), Campo Grande (MS) e Rio de Janeiro (RJ).
Segundo Medicis, a cidade do Crato, no Cariri, receberá obras e melhorias em esgotamento sanitário a serem executadas em apenas dois anos, expandindo a cobertura de 3% para 50% da população: “Na prática, o município passará a tratar, até 2025, cerca de 350 milhões de litros de esgoto por mês. Atualmente, somente 30 milhões de litros de efluentes recebem o tratamento adequado”, acrescenta.
Atualmente, a concessionária está revitalizando três Estações de Tratamento de Esgoto (ETE), modernizando e ampliando a infraestrutura do município. Até o final do ano, segundo a Aegea, será entregue a ETE Seminário, com capacidade de tratar 32 litros de esgoto por segundo.
Crato ambiental e social
Em entrevista à O Empreiteiro, o vice-presidente regional Renato Medicis lembra do projeto Ambiental Crato, que por meio do programa Vem com a Gente atua na negociação de débitos, instalação e substituição de hidrômetros e o cadastramento da população de baixa renda na Tarifa Social.
Segundo Medicis,Crato deve receber R$ 250 milhões em investimentos em saneamento ao longo dos 35 anos de contrato, sendo R$ 100 milhões nos primeiros cinco anos. “Ao todo, serão implantados 250 km de redes coletoras e interceptores, substituídos 35 km de rede existente, implantados 1.320 m de emissários, e construídas 22 estações elevatórias e 6 estações de tratamento de esgoto. Também estão previstas a instalação de hidrômetros, com sua troca a cada sete anos”, informa.
Manaus atinge na prática a universalização
A capital do Amazonas foi reconhecida como a capital que mais ampliou a oferta de água tratada no país, chegando a 98% de cobertura. Em relação ao esgotamento sanitário, Manaus ampliou em 40% a infraestrutura de coleta e tratamento.
Responsável pelo saneamento de Manaus há quatro anos, a Aegea ressalta que foram investidos mais de R$ 600 milhões nos sistemas de águas e esgoto da capital amazonense. Até 2026, a expectativa é aplicar mais de R$ 1 bilhão no saneamento da cidade.
“O trabalho de maior impacto social nesse sentido foi o de levar água até regiões vulneráveis da cidade, que nunca haviam contado com o serviço. Em quatro anos, mais de 150 km de redes de água tratada foram instaladas em becos, áreas de palafita (casas localizadas sobre rios e igarapés), escadarias e rip-raps. Assim, 130 mil famílias passaram a integrar o sistema e ter água tratada de qualidade pela primeira vez”, conta Medicis.
Além de água tratada, ele lembra da expansão do sistema de abastecimento de Manaus em comunidades, que passaram por regularização fundiária recentemente. Até o ano que vem, mais de 30 localidades vão receber estrutura de água tratada. O plano da companhia prevê o avanço da cobertura de esgotamento para 90% da cidade até 2033.
“O olhar para a população vulnerável também faz parte dos planos de expansão do serviço. Um projeto piloto para coletar esgoto de uma área de palafitas está sendo implantado no beco Nonato, localizado no bairro da Cachoeirinha”, explica Renato Medicis.
Além da chegada de água tratada nas comunidades, Manaus é também a capital da Tarifa Social. Com a Tarifa Manauara, realizada em parceria com a Prefeitura, mais de 500 mil pessoas recebem desconto de 50% na conta de água e esgoto.
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