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GS Inima vai manter plano de expansão no Brasil
FONTE: Portal Saneamento Básico
A operadora de saneamento GS Inima decidiu seguir seu plano de expansão no Brasil, independente dos rumos que o novo governo tomar, afirma Marta Verde, presidente global da empresa, que tem sede na Coreia do Sul.
Rumo político pode afetar estratégia de crescimento, mas não tira interesse no país, diz presidente global
Além dos leilões de água e esgoto, que a companhia seguirá estudando, a executiva vê oportunidades de crescer via aquisições e por meio da divisão industrial do grupo, que representa metade do negócio no país e não depende do setor público.
“Ainda veremos o que [o novo governo] vai fazer, mas a presença da empresa não depende disso. O que faremos é adaptar nossa estratégia, se iremos mais ao setor privado ou público. Vamos seguir crescendo”, disse ela.
A executiva também deixa claro que, caso seja necessário, os acionistas estão dispostos a aportar recursos adicionais para viabilizar projetos de expansão. Ela destaca que hoje não está no radar atrair investidores estratégicos para o capital da companhia.
O plano do controlador GS, que já tem ações listadas na bolsa coreana, é fazer uma oferta inicial pública de ações (IPO, na sigla em inglês) da GS Inima, empresa de saneamento do grupo, também na Coreia. A ideia é abrir cerca de 30% das ações para negociação.
“Estaremos preparados para o IPO no primeiro trimestre de 2023. A partir daí, dependerá do melhor momento de mercado para que a operação de concretize”, afirma. Não há plano de fazer um IPO da subsidiária no Brasil.
O Brasil representa cerca de 40% da divisão de saneamento do grupo GS Inima. É a principal operação da companhia, que atua em outros dez países, como Espanha, Chile, México e Estados Unidos. Recentemente, a empresa iniciou um processo de diversificação para o Oriente Médio, com a conquista de duas concessões em Omã e, em breve, uma nova operação em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes.
Independente do movimento, porém, a presidente destaca que o foco no Brasil se mantém. A empresa está no país desde 1995 e opera concessões em municípios como Ribeirão Preto (SP), Araçatuba (SP) e Ouro Preto (MG).
“As empresas passam por ciclos, é complicado estar sempre ganhando licitações. Temos o objetivo de conquistar mais concessões no Brasil, vamos seguir insistindo”, afirma Verde. O objetivo do grupo é, até 2026, conseguir contratar R$ 4 bilhões em novos investimentos no país.
A companhia também tem buscado aquisições. Em um momento aquecido no mercado secundário, a executiva evita citar alvos específicos, mas diz que há interesse tanto em projetos maiores quanto em municipais, em regiões onde o grupo já atua.
GS Inima
Questionada sobre o interesse na privatização da Corsan (Companhia Riograndense de Saneamento), cujo leilão está marcado para este mês, ela diz que a GS Inima não deverá participar.
Outra rota de expansão no Brasil é a área industrial, que representa cerca de 50% do negócio no país. A GS Inima adquiriu, em 2019, a divisão industrial da BRK (antiga Odebrecht Ambiental), que inclui ativos de peso como o Aquapolo, um empreendimento em parceria com a Sabesp para produção de água de reúso.
Uma tecnologia que o grupo tem buscado explorar na área é a dessalinização para uso industrial. “Estamos fazendo estudos de viabilidade para clientes das indústrias siderúrgica e petroquímica”, afirma Verde.
Desde a publicação do novo marco legal do saneamento, em julho de 2020, a GS Inima teve uma atuação mais tímida em relação a seus concorrentes, e ficou de fora de diversas licitações de grande porte. A empresa, porém, voltou a disputar leilões no fim de 2021, com a concessão de um bloco em Alagoas, e, neste ano, com duas PPP do Ceará – embora não tenha saído vitoriosa.