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Porto do Açu fecha acordos com Comerc e TotalEnergies para energia renovável
Parceria visa geração eólica em alto-mar e planta de hidrogênio verde
Porto do Açu fecha acordos com Comerc e TotalEnergies para energia renovável
FONTE: Valor Econômico
A Prumo Logística, controladora do Porto do Açu, firmou acordos com a TotalEnergies e com a Comerc para produção de energias renováveis no litoral do Rio de Janeiro. A ideia é promover estudos de apoio que viabilizem usinas eólicas em alto-mar (offshore) e unidades de hidrogênio verde na costa do empreendimento portuário.
Os anúncios são uma aposta para que o local se torne hub logístico de exportação de energias renováveis, e também atendam as demandas do mercado interno.
A francesa TotalEnergies deve desenvolver em até dois anos estudos de viabilidade para a implantação de torres em alto-mar com até 3 gigawatts (GW) de potência instalada. Já a brasileira Comerc prevê que no primeiro semestre de 2023 os estudos sobre a viabilidade econômica de uma unidade de hidrogênio verde devem sair.
As duas novas parceiras se juntam a outras, que recentemente anunciaram projetos no Brasil, como Shell Brasil, Equinor, EDF Renewables e Neoenergia. O porto conta com 2,4 GW de projetos de energia renovável em desenvolvimento, sendo uma plataforma para a industrialização de baixo carbono. Segundo a empresa, a projeção é que 20 GW de energia eólica offshore possam ser produzidas na costa próxima ao Açu.
O Porto de Açu movimenta 56 milhões de toneladas por ano, só atrás de Santos. O presidente, José Firmo, explica que em breve o porto poderá formar um sistema com foco na economia de baixo carbono. O local conta com o complexo térmico GNA, mas está atraindo empresas de combustíveis limpos, plantas solares e eólicas, com unidade de amônia e cluster de hidrogênio em um só lugar e com a possibilidade de disponibilizar a energia na rede.
Atualmente o Porto do Açu tem 50% de área ocupada na parte chamada de molhada e 15% da retroárea, ou a área seca, o que indica a capacidade de expansão na atração de novas indústrias.
Firmo diz que o potencial eólico está a uma distância de cerca de 20 quilômetros do porto, o que traz grande vantagem logística. O Porto do Açu é o ponto do litoral do Rio de Janeiro onde foi registrada a maior velocidade do vento. A região já conta com 33GW de projetos em licenciamento no Ibama.
Para a TotalEnergies o objetivo é se firmar em renováveis com foco em eólicas. Recentemente a petroleira comprou 34% da Casa dos Ventos por mais de R$ 3 bilhões em uma joint-venture que pretende desenvolver, construir e operar em conjunto o portfólio de 6,2 GW.
“Eólica offshore é uma oportunidade incrível para o Brasil ter aço com zero carbono. Hoje temos aço no modelo tradicional, mas podemos trazer mais valor agregado para esse produto ao promover a produção de hidrogênio verde ao invés de sermos apenas exportadores de amônia, ou seja, commodity”, explica Firmo.
No caso da Comerc, a empresa nasceu como comercializadora, mas vem diversificando os negócios e com aposta na transição energética. O foco está no desenvolvimento de projetos industriais verdes baseados em hidrogênio.
“Temos visto um avanço grande por hidrogênio no país, o que nos chamou a atenção é a visão diferente do que apenas a exportação. A posição geográfica e a vantagem em renováveis para soluções em hidrogênio que não se resume a exportação e, sim, explorar oportunidade de transformar esse insumo em vantagem para produtos verdes” afirma o CEO da Comerc, André Dorf.
O diretor de Novos Negócios da Prumo, Mauro Andrade, acrescenta que a parceria com a Comerc visa entender os números sobre o projeto e qual a competitividade do hidrogênio verde vai apresentar. Soma-se ainda que a empresa tem a expertise em comercialização, o que será um diferencial neste momento.