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Usinas híbridas e hidrogênio verde entram no radar

Empresa italiana pretende anunciar uma nova planta híbrida grande porte no ano que vem

FONTE: Valor Econômico

Além de vento, o Nordeste tem bastante sol, o que permite a geração de mais de uma fonte de energia no mesmo local e a otimização da infraestrutura já construída. Por isso, a Enel Green Power pretende anunciar uma nova planta híbrida de grande porte em 2023.

A empresa tem experiência neste tipo de empreendimento, pois administra um projeto Fontes, em Tacaratu, na Região do São Francisco de Pernambuco. Sem dar detalhes, o responsável pela empresa no Brasil, Bruno Riga, revela que está é uma meta da empresa no curto prazo no Nordeste. “No próximo anos anunciar a primeira planta híbrida que vamos construir em grande escala”, diz.

O modelo de parque associado, onde a estrutura de uma usina pode ser instalada no mesmo local onde existente outra permite o uso de uma subestação de transmissão compartilhada. A energia do projeto solar complementa a produção do projeto eólico cuja geração é mais intensa no período noturno devido a característica dos ventos.

Segundo Riga, a combinação de fontes de energia com diferentes perfis de produção horária possibilita a otimização e utilização da capacidade ociosa do sistema de transmissão e permite a criação de um tipo mais estável de produção. Uma nova planta solar da Enel no terreno do complexo eólico Lagoa dos Ventos, custaria 25% menos.

O presidente da Enel no Brasil, Nicola Cotugno, acrescenta que a empresa ganha em competitividade, já que pode colocar mais volume de energia a disposição do sistema com um capex mais baixo.

“Não precisa de grande investimento. É otimizar a infraestrutura existente para ter uma energia mais competitiva”, diz o executivo.

Se por um lado, a hibridização é algo para hoje, o hidrogênio verde é algo para amanhã. A fonte que pode pavimentar a transição energética para uma economia de baixo carbono encontra boas condições no Brasil, mas o caminho é longo e os custos atuais ainda muito altos. “Acreditamos que num prazo de menos de dez anos vamos chegar a uma situação de competitividade com recursos fósseis”, prevê Cotugno.

O que é certo é que a Enel descarta a possibilidade de entrar no mercado de eólicas offshore (no mar). Mesmo com o anúncio do governo em publicar portarias com a regulamentação deste tipo de geração, o mercado cobra mais informações sobre regras para cessão de áreas do espelho d’água.

Para Nicola, além de gerar energia limpa e renovável, é preciso que esta energia seja também acessível. “Construir uma usina no mar tem que ter um porquê. É mais complicado e custa mais. Falta terra no Brasil (…). No Brasil não merece uma escolha diferente. Se eu acho rentável para o cliente para o sistema brasileiro uma usina no mar, a resposta é não”, afirma.