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Neoenergia aposta em transmissão integrada para eólica e solar
Empresa tem caso real de uso de infraestrutura compartilhada de complexos renováveis na Paraíba
FONTE: Brasil Energia
As duas portarias editadas na quinta-feira e que animaram o setor de geração eólica também acenderam de novo a luz de atenção para a etapa de transmissão. O uso da infraestrutura compartilhada no mar foi ventilada por especialistas, mas a experiência da Neoenergia mostra que isso já acontece em terra. Desde junho deste ano a empresa tem um caso real de integração entre geração solar e eólica na Paraíba, com uso de transmissão comum, segundo Laura Porto, diretora de Renováveis da companhia.
“Iniciamos a operação do Neoenergia Luzia, primeiro complexo solar Luzia de 149,3MWp, com sinergia operacional com o Neoenergia Chafariz, complexo eólico formado por 15 parques, que somam capacidade instalada de 471 MW. Os ativos solar e eólico são conectados ao SIN pela subestação Santa Luzia II, instalação que integra o lote 6, adquirido no leilão realizado pela Aneel em dezembro de 2017”, explica a executiva.
Laura destaca que os ativos de geração citados fazem parte de um case de sucesso de inovação do setor elétrico, ao inaugurar o modelo de usinas associadas na esteira da regulamentação de projetos híbridos.
“Com um sistema operacional robusto, digitalizado e automatizado, os ativos eólicos e solares podem operar de modo combinado, maximizando a produção de energia. Essa solução aporta eficiência no uso do sistema de transmissão, reduzindo a ociosidade da rede elétrica, com perspectiva de redução de custos de energia ao consumidor final, diretamente alinhado à estratégia da companhia, influenciando diretamente na ampliação e diversificação do nosso portfólio em energia limpa”, detalha.
O planejamento da Neoenergia também considerou os tempos diferentes da ativação dos projetos de geração renovável com o cronograma mais alongado das instalações de transmissão que, de acordo com Laura, levam de três a cinco anos para a entrada em operação. Os empreendimentos renováveis, por sua vez, têm um tempo menor, estimado em até três anos. Tendo isso em mente, o objetivo foi maximizar o uso de uma mesma infraestrutura de rede elétrica, ao combinar duas ou mais tecnologias de produção renovável complementares.
“Se a transmissão chega nas regiões de melhores recursos, teremos projetos de geração mais eficientes, preservando a modicidade tarifária ao consumidor. Um sistema robusto e interligado traz mais segurança ao sistema, respeitando as dimensões continentais de nosso país, e mitiga impactos às possíveis mudanças climáticas a que estamos sujeitos”, diz.
A executiva complementa que, “de ordem geral, se não houver expansão da transmissão, não vamos conseguir entregar as renováveis no ritmo que a transição energética exige”.