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Galp prevê investir US$ 5 bilhões em 10 a 15 anos
Metade dos investimentos será em 5,4 GW em projetos eólicos e solares
FONTE: Valor Econômico
A portuguesa Galp deve investir US$ 5 bilhões entre os próximos dez a 15 anos no Brasil em projetos de petróleo e gás e de energias renováveis. Segundo o presidente global da Galp, Andy Brown, o Brasil é um “país vital”, correspondendo a mais da metade do faturamento mundial da companhia.
Os futuros investimentos em geração renovável serão equivalentes à metade do valor total planejado, sendo a outra metade direcionada para projetos de óleo e gás. A empresa vai implantar 5,4 gigawatts (GW) de capacidade instalada renovável, sendo majoritariamente de energia solar (5,2 GW). Outros 200 megawatts (MW) serão de usinas eólicas. Em maio, a companhia comprou da Ser Energia e da Casa dos Ventos uma carteira de até 4,8 GW de projetos eólicos. A maioria desses projetos está pronta para ter a construção iniciada, destacou Brown.
Brown, que participou de painel no segundo dia da Rio Oil & Gas, ontem, afirmou que a empresa está elevando a produção de petróleo no país, com investimentos realizados nos campos de Tupi, Iracema e Sépia, todos no pré-sal da Bacia de Santos. A empresa estuda novos movimentos no segmento.
“É meio a meio [recursos para investimento em óleo e gás e energia renovável] e isso vai nos permitir acelerar nossa posição em renováveis”, disse. Para o executivo, o segmento de óleo e gás não será abandonado e uma saída na transição energética é a busca de soluções de “fósseis limpos”, projetos de produção que utilizem processos sustentáveis. No caso particular da Galp, disse ele, a empresa tem como meta estar 40% descarbonizada em 2030. “Claramente estamos na rota para sermos ‘net zero’ em emissões em 2050.”
Os futuros investimentos no país dividem as atenções da Galp com a conjuntura internacional, cuja tensão geopolítica gerada pela guerra na Ucrânia faz com que a Europa precise buscar alternativas ao suprimento de gás pela Rússia, alvo de sanções econômicas.
A Europa, observou Brown, precisa importar GNL e pode contar com suprimento de países como a Nigéria, mas o grande aumento de oferta do insumo deve vir das Américas, especialmente de projetos no Golfo do México. Na avaliação do executivo, a estratégia de curto prazo para a Europa recai sobre a elevação de estoques e a redução da demanda, para fazer frente ao inverno. A longo prazo, a saída para o continente será aumentar a produção de hidrogênio e a participação de renováveis no mix energético, diz o executivo.