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Conheça os maiores projetos do setor de celulose que estão saindo do papel
Disponibilidade de área, ciclo mais curto para corte da madeira e condições favoráveis de solo e clima estão entre os fatores que sustentam a vocação do país nessa área
FONTE: Valor Econômico
As fabricantes de papel e celulose estão ampliando as suas unidades no Brasil. O atual ciclo de investimentos deve superar os R$ 63 bilhões, segundo apurou Valor. Na lista de mais de uma dezena de projetos formalizados aparecem nomes de peso da indústria global, como Suzano, Klabin, CMPC e Arauco.
Disponibilidade de área, ciclo mais curto para corte da madeira e condições favoráveis de solo e clima estão entre os fatores que sustentam a vocação do país nessa área. Não à toa, o setor está entre os maiores investidores privados da atualidade.
Confira abaixo os maiores projetos do Brasil, em investimentos previstos.
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Projeto Cerrado
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A Suzano está investindo R$ 19,3 bilhões para construção de uma nova fábrica de celulose de eucalipto em Mato Grosso do Sul. A unidade, instalada no município de Ribas do Rio Pardo, terá capacidade de produção de 2,55 milhões de toneladas por ano e início de operação previsto para o segundo semestre de 2024.
A nova fábrica promete oferecer o menor custo caixa de produção de celulose do mundo, diante da menor distância em relação às florestas e do elevado volume de energia excedente, que será comercializado. A unidade vai gerar, a partir de fonte renovável, um excedente de cerca de 180 megawatts (MW) médios, o suficiente para abastecer uma cidade com 2,3 milhões de habitantes durante um mês.
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Projeto Sucuriú
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A chilena Arauco planeja investir US$ 3 bilhões, ou cerca de R$ 15 bilhões ao câmbio atual, em uma megafábrica de celulose no Mato Grosso do Sul. A nova unidade no município de Inocência, a 337 quilômetros de Campo Grande, que ainda depende de certas condições para sair do papel, terá capacidade de 2,5 milhões de toneladas por ano de celulose de eucalipto. O início de operação está previsto para o primeiro trimestre de 2028 e há previsão de uma segunda fase do projeto no futuro.
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Projeto Puma II
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Maior investimento da história da Klabin, de R$ 12,9 bilhões, o Projeto Puma II prevê a construção de duas máquinas de papéis para embalagem, em Ortigueira (PR). A primeira máquina, com capacidade de produção de 450 mil toneladas por ano de papel kraftliner, entrou em operação há um ano. Na MP 27, a Klabin produz o inédito Eukaliner, o primeiro kraftliner do mundo feito exclusivamente com celulose de eucalipto.
A segunda máquina, a MP 28, vai produzir papel cartão e entrará em operação no ano que vem, com capacidade de 460 mil toneladas por ano. Na primeira etapa do projeto, foram gerados mais de 21 mil postos de trabalho. Na segunda etapa, no pico das obras, serão 4,5 mil trabalhadores.
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LD Celulose
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Joint venture entre a austríaca Lenzing e a brasileira Dexco (antiga Duratex), a LD Celulose iniciou as operações de sua fábrica de celulose em Minas Gerais em abril. O projeto demandou investimentos de US$ 1,38 bilhão, incluindo infraestrutura, e está localizado no Triângulo Mineiro, com capacidade de produção de 500 mil toneladas por ano. Toda a celulose produzida será destinada para a própria Lenzing e usada na fabricação de fibras de viscose, modal e liocel.
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Projeto BioCMPC
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O grupo chileno CMPC está investindo R$ 2,75 bilhões (US$ 530 milhões) na fábrica de celulose de Guaíba, na Região Metropolitana de Porto Alegre, no segundo maior desembolso privado da história do Rio Grande do Sul. O investimento se destina à modernização, ampliação de capacidade produtiva e sustentabilidade e será concluído em 2023.
Além da expansão de quase 20% na capacidade de produção de celulose, o projeto resultará em redução de custo nas linhas 1 e 2, reduzirá em 60% as emissões de gases do efeito estufa e eliminará a geração de cinzas, entre outros ganhos ambientais. Ao fim do projeto, a fábrica gaúcha será a mais sustentável e eficiente entre todas as unidades produtivas da CMPC.
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Projeto Figueira
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O conselho de administração da Klabin aprovou em julho a construção de uma nova fábrica de papelão ondulado, mediante investimentos de R$ 1,57 bilhão. Esse valor inclui cerca de R$ 200 milhões em impostos recuperáveis. Com capacidade de produção de 240 mil toneladas por ano, a unidade será instalada em Piracicaba, no interior de São Paulo, com início de operação no segundo trimestre de 2024. O projeto já estava contemplado há alguns anos no planejamento estratégico da companhia e vai reforçar sua presença no Sudeste, maior mercado de embalagens no país.
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Plataforma Gaia
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A Irani Papel e Embalagem está investindo quase R$ 1 bilhão em um portfólio de nove projetos até 2024, com vistas a ampliar competitividade, capacidade de produção e suficiência energética. O primeiro ciclo, de 2020 a 2023, tem foco nas operações em Santa Catarina e contempla a expansão da recuperação de químicos e utilidades, ampliação da produção de embalagens de papelão ondulado, reforma de máquina de papel e repotenciação de duas centrais geradoras hidrelétricas (CGH).
O segundo ciclo, de 2021 a 2024, engloba a instalação de uma nova impressora de corte e vinco, automação de estoques, entre outras iniciativas.
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Suzano Aracruz
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A Suzano anunciou em junho planos de construção de uma nova fábrica de papéis de higiene (tissue), com capacidade instalada de até 60 mil toneladas por ano, em Aracruz (ES). O projeto compreende investimentos de R$ 600 milhões e ainda depende de aprovação do conselho de administração para seguir adiante. A companhia vai usar o saldo de créditos de ICMS que tem junto ao Estado para financiar o empreendimento.