.
EBSE conclui recuperação judicial e inicia plano para diversificação de sua atuação para vários setores
FONTE: PetroNotícias
Maior caldeiraria privada do Rio de Janeiro, a EBSE está entrando em uma nova etapa em sua história centenária. A empresa concluiu recentemente o seu processo de recuperação judicial, iniciado no final do ano de 2016. Depois de ter superado esse desafio, a companhia agora está planejando galgar novos patamares de negócios. Para conhecer mais os planos da EBSE nessa nova fase, o Petronotícias conversa hoje (27) com o presidente da empresa, Marcelo Bonilha. O executivo revela que a estratégia em curso na EBSE visa à diversificação de negócios, atuando em setores como saneamento e papel & celulose. Inclusive, a caldeiraria está investindo em uma nova linha de fabricação de tubos helicoidais, de olho nos nichos de saneamento e construção civil. Um dos contratos mais recentes da companhia começou a ser executado neste mês e prevê o fornecimento de tubos para a Cedae na adutora de Guandu II. Bonilha contou ainda que a empresa também abriu uma unidade de negócios voltada à fabricação e montagem de tanques de grande diâmetro. “A EBSE está participando de diversos bids nesse segmento de tancagem. Esse é outro negócio no qual estamos bastante focados”, afirmou. Falando sobre o setor de óleo e gás, o executivo apontou que a companhia está perto de concluir a entrega de equipamentos para o projeto de Mero 4. Por fim, Bonilha contou que a EBSE, em parceria com o Senai, está trabalhando na qualificação de caldeireiros, visando ampliar sua capacidade de produção. “No futuro, deveremos ter também um curso para formação de soldadores”, acrescentou.
Para começar nossa entrevista, o senhor poderia atualizar os nossos leitores sobre o processo de recuperação judicial da empresa?
Depois de muito empenho e disciplina, conseguimos recentemente concluir o processo de recuperação judicial da EBSE, que havia sido iniciado no final de 2016. Para o futuro, a EBSE está apostando na diversificação de sua carteira, ampliando os leques de produtos e clientes. Portanto, depois de ter saído desse processo de recuperação judicial, o foco da EBSE agora é a diversificação de seus negócios.
Gostaria de ouvir mais sobre o atual processo de ampliação da atuação da companhia. Que tipos de investimentos estão sendo realizados para colocar essa estratégia em prática?
Um dos principais movimentos nesse sentido é o investimento em uma nova linha de fabricação de tubos helicoidais. Essa linha está em fase de comissionamento no exterior. A previsão é que essa linha entre em operação aqui na EBSE até o final deste ano. Queremos aproveitar os investimentos na área de saneamento, que deve experimentar um significativo crescimento após o Novo Marco Legal do Saneamento, aprovado em 2020. Além disso, os tubos helicoidais são produtos muito consumidos também pela construção civil, em estruturas metálicas.
Importante mencionar também que começamos neste mês a execução de um contrato com a Cedae para fornecimento de tubos da adutora de Guandu II. O contrato será executado dentro de um prazo de 540 dias.
Quais são os outros setores da economia que também despertam interesse da EBSE?
A EBSE também abriu uma unidade de negócios voltada à fabricação e montagem de tanques de grande diâmetro. Atualmente, o Brasil tem uma deficitária capacidade em seu parque de tancagem. Existem estudos da Agência Nacional do Petróleo (ANP) que apontam para expressivos investimentos na área de parques e terminais de tancagem. Por isso, a EBSE está participando de diversos bids nesse segmento. Esse é outro negócio no qual estamos bastante focados.
Paralelamente, temos uma parceria com a Schulz e estamos há dois anos e meio arrendando a fábrica da empresa, em Campos (RJ). Essa unidade está trabalhando a plena capacidade, atendendo ao mercado de papel e celulose. Por fim, no segmento de óleo e gás, estamos em fase final de entrega dos equipamentos em ligas especiais em inox duplex para a SBM no projeto Mero 4 (FPSO Alexandre de Gusmão). A conclusão da entrega deve acontecer no mês de outubro.
Diante desse movimento de ampliação dos negócios, a empresa pretende fazer novas contratações ou treinamento de profissionais?
Sim, com certeza devemos fazer novas contratações, principalmente nessa área de óleo e gás, que é um setor de investimentos muito altos. Além disso, fizemos um convênio com o Senai para treinamento de profissionais em algumas funções. Estamos dando um curso on the job para mais de 20 caldeireiros, visando ampliar nossa capacidade de produção, principalmente na área de equipamentos para a indústria de óleo e gás. No futuro, deveremos ter também um curso para formação de soldadores.
Por fim, quais são as suas expectativas gerais para esse novo momento da EBSE?
As perspectivas são muito boas. Estamos com novos produtos e com mercados diversificados, atuando em saneamento, energia, papel e celulose e óleo & gás. A expectativa da EBSE para esse novo momento está bastante otimista.