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Unigel investe US$ 120 milhões em usina de hidrogênio verde

Planta de nitrogenados da Unigel passará a operar em 2023 com capacidade de 60 mil toneladas anuais

FONTE: Globo Rural

O município baiano de Camaçari, maior polo petroquímico do Brasil, deve abrigar a primeira unidade de produção de hidrogênio verde do país a partir de dezembro de 2023, prazo dado pela Unigel para iniciar a operação das instalações cujas obras foram anunciadas nesta segunda-feira (25/7) com um investimento inicial de US$ 120 milhões.

“Vai ser a  primeira fabrica no Brasil que vai realmente estar em operação. A primeira fabrica de hidrogênio verde do Brasil e a maior do mundo. Não por muito tempo, porque tem projetos maiores já anunciados, mas esse projeto nosso é um projeto que está na sua primeira fase”, explicou o presidente da companhia, Roberto Noronha. Com capacidade de produção inicial de 10 mil toneladas anuais de hidrogênio verde e 60 mil toneladas de amônia verde, a planta deve quadruplicar sua produção até 2025.

Produzido a partir de um processo químico-físico chamado de eletrólise, o hidrogênio verde é obtido a partir da água submetida a corrente elétrica. A técnica separa a molécula do hidrogênio que, isolado, pode substituir combustíveis à base de hidrocarbonetos, como diesel e a gasolina. Para ser considerado verde, contudo, essa execução deve ser realizada a partir de fontes limpas de energia, como solar e eólica.

A estimativa da Unigel é que a produção de Hidrogênio verde em Camaçari consuma cerca de 60 megawatts/hora nessa primeira fase do projeto. ” No fundo, você pegou sol e vento e converteu em algo que pode ser utilizado como substituto de um combustível de aviação, de navio, ou em amônia, ou produtos químicos e fertilizantes verdes”, destaca o executivo ao ressaltar que “o mundo definiu o hidrogênio como caminho para descarbonização”.

“A energia eólica e energia solar vão ser determinantes para a eletrificação das coisas, mas o hidrogênio verde torna mais versátil os potenciais usos dessa energia eólica e solar Você sua essa energia para fazer hidrogênio e aí ele pode ser matéria prima para um monte de coisas”, ilustra o diretor executivo da Unigel, Luiz Felipe Fustaino.

Para contornar as dificuldades logísticas do hidrogênio, altamente volátil e com uma temperatura de fusão de 250 graus negativos, a empresa aposta no seu transporte no formato de amônia, mais estável e cuja infraestrutura de armazenagem e transporte já existem no polo petroquímico de Camaçari.

“O fato de já ter um terminal de amônia, tanques de amônia, a planta de amônia tudo pronto aqui, nós vamos só colocar a planta de hidrogênio verde e conecta a planta de amônia. É por isso que temos essa velocidade para fazer antes dos projetos já anunciados”, observa Noronha ao revelar que os planos da companhia é ampliar cada vez mais a produção de hidrogênio e amônia verdes.

A depender da velocidade que virá a demanda, que nós acreditamos pelas pesquisas e estudos que nos temos que virá muito rapidamente, a depender dessa velocidade será  velocidade que vamos seguir fazendo essa ampliação”, completa o diretor-presidente da Unigel.