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Klabin investirá R$ 1,6 bilhão em embalagens

Projeto Figueira, que será montado em Piracicaba, interior de São Paulo, terá capacidade anual de 240 mil toneladas de caixas de papelão ondulado

FONTE: Valor Econômico

Para ganhar mais capacidade de atender o crescimento da demanda por embalagens de papelão, e dentro de sua estratégia de integração desse negócio, a Klabin informou ontem que vai investir quase R$ 1,6 bilhão em uma nova fábrica de caixas de papelão ondulado. Com o nome de Projeto Figueira, a nova unidade será montada em Piracicaba (SP).

Segundo a companhia, a nova fábrica será instalada em um terreno com área de 950 mil m² e terá localização estratégica, além de condições para receber futuros projetos de produção de papel reciclado e capacidade adicional de papelão ondulado.

Atualmente, a Klabin já tem uma unidade de embalagens de papelão ondulado e outra de papel reciclado em Piracicaba. O novo site fica a 10 km de distância.

“Será a maior fábrica de caixas de papelão ondulado do país, com a mais moderna tecnologia e a de maior índice de produtividade”, disse em entrevista ao Valor o diretor do Negócio de Embalagens da Klabin, Douglas Dalmasi. Segundo o executivo, o projeto reforça ainda mais o modelo de integração da empresa: desde florestas (plantadas) de pinus e eucalipto, passando pela produção de papéis, no caso kraftliner, até o consumidor final de embalagens.

A capacidade de produção anual da nova unidade será de 240 mil toneladas de caixas de papelão ondulado, informou Dalmasi. A fabrica terá instalação de duas máquinas onduladeiras e de nove impressoras, além da infraestrutura e áreas de apoio.

Está prevista a geração de 700 empregos no pico das obras e outros 500 na operação da fábrica.

O início de produção da nova unidade está previsto para segundo trimestre de 2024. O terreno já está comprado e as obras de terraplenagem começam agora. Ontem, o conselho de administração da Klabin aprovou o novo investimento na área de embalagens, que representa 35% da receita anual da companhia. São 23 fábricas – 22 no Brasil e uma na Argentina.

Desde 2020, com o Projeto Figueira, serão quase R$ 2,5 bilhões de investimentos para crescimento nesse negócio da companhia.

Há dois anos foi adquirida a operação de embalagens de papelão ondulado e papéis para embalagens da International Paper no país, por R$ 330 milhões. No ano passado, foram anunciados aportes de R$ 342 milhões em projetos especiais e de expansão, a maior parte no aumento de capacidade de embalagens. Em fevereiro de 2022, mais R$ 188 milhões, destinados à ampliação da produção de caixas de papelão ondulado em Horizonte (CE).

Dalmasi disse que a demanda por embalagens de papelão vem crescendo acima dos índices históricos – de 1% a 2% acima do PIB. Segundo ele, isso se deve a tendências que têm impulsionado o uso dessas embalagens – o e-commerce, a sustentabilidade (substituição de outros materiais) e design e estética (clientes percebendo que a embalagem complementa o produto). “A projeção é de maior crescimento nos próximos anos”, acrescentou.

O executivo destacou que a Klabin tem ainda uma vantagem relevante da flexibilidade do negócio: pode vender internamente e/ou exportar papel kraftliner, além de converter em embalagens para venda no mercado doméstico e fabricar sacos (por exemplo, de cimento). “Conseguimos utilizar bem isso, conforme o comportamento de mercados, local e do exterior”, disse.

Com os investimentos realizados, em curso e o novo projeto em Piracicaba, a capacidade nominal de conversão de papelão ondulado da Klabin será da ordem de 1,3 milhão de toneladas anuais, partindo da base de 1,05 milhão de toneladas. Após as otimizações dos ativos atuais, a capacidade líquida de aumento de papelão ondulado será de aproximadamente 100 mil toneladas por ano. Isso deve ao fato de que algumas linhas antigas e menos eficientes espalhadas em seu parque fabril vão deixar de operar.

Conforme Dalmasi – que está na empresa desde 2000 e no cargo atual desde 2018 -, essa nova capacidade de fabricação de caixas dará para atender o mercado até 2025. “Com a demanda crescendo acima do PIB, é necessário uma fábrica nova a cada dois anos para suprir o consumo”.

As caixas são produzidas a partir de fibra virgem e de papelão reciclado – na proporção média de 60% e 40%, respectivamente, na Klabin, que é a maior recicladora de papéis do país, A empresa tem 284 mil hectares de florestas cultivadas (pínus e eucalipto) e 265 mil de florestas nativas conservadas.

O desembolso no projeto se dará entre 2022 e 2024 e o investimento total inclui R$ 200 milhões de impostos recuperáveis. Será financiado, diz o executivo, com geração de caixa da Klabin.

A empresa tem capacidade total de 4,2 milhões de celulose de mercado e papéis, e deve chegar a 4,6 milhões no segundo trimestre de 2023, com a operação da segunda máquina de papel do Projeto Puma II, em Ortigueira (PR).