PETROBRÁS AVALIA INCLUIR PROJETOS DE TRANSIÇÃO ENERGÉTICA EM SEU NOVO PLANO E ESPERA FECHAR VENDA DE REGAP E LUBNOR EM 2022
FONTE: Petronotícias
A diretoria da Petrobrás realizou na manhã de hoje (6) uma teleconferência com investidores para detalhar os resultados financeiros do primeiro trimestre. Durante o encontro, uma das principais novidades foi a sinalização de que a empresa pode divulgar alguma linha de negócios focada em transição energética em seu próximo plano estratégico, que deve ser lançado no final do ano. Além disso, a petroleira também afirmou que pretende finalizar a venda de duas de suas refinarias ainda neste ano – Reman e SIX. Sobre a política de preços, como era de se esperar, nada de novidades. A companhia bateu na tecla que seguirá praticando preços de mercado. Ontem, como mostramos, o presidente Jair Bolsonaro chegou a fazer um apelo à companhia para que evite repassar novos reajustes aos consumidores.
Começando pela possibilidade investimentos em novas linhas de negócios, o diretor de relacionamento institucional da Petrobrás, Rafael Chaves Santos, disse que existe uma expectativa de que o próximo plano estratégico da empresa contemple alguns projetos de diversificação de portfólio, para além da área de exploração e produção de óleo e gás. Depois de frisar que o foco atual da companhia está nas atividades de petróleo e operações integradas, como refino, gás e energia, comercialização e logística, Santos acrescentou que existe uma discussão interna para o desenvolvimento de um “segundo motor de criação de valor, alinhado aos anseios da transição energética”.
“É importante dizer que a direção é mais importante que a velocidade. Então, está acontecendo essa discussão no âmbito técnico. Pretendemos apreciar as alternativas que o time técnico vai trazer no âmbito da diretoria executiva e do Conselho de Administração. Vamos avaliar se vamos testar alguma operação diferente daquelas nas quais estamos focados hoje. Então, é uma possibilidade. Vamos aguardar o próximo plano estratégico”, projetou o executivo.
Já em relação ao programa de desinvestimentos na área de refino, o diretor financeiro da Petrobrás, Rodrigo Araújo, detalhou que espera ver o encerramento da transação de duas unidades ainda neste ano: a da Refinaria Isaac Sabbá (Reman) e da Unidade de Industrialização do Xisto (SIX). O executivo afirmou que a companhia está aguardando a avaliação do CADE para dar prosseguimento às transações. Araújo afirmou ainda que a Petrobrás permanece em fase de negociações sobre outras duas plantas, a Regap e Lubnor. Segundo ele, as conversas em relação à primeira unidade estão mais adiantadas do que a da segunda.
Quanto aos desinvestimentos que terminaram sem sucesso (Refap, Repar e Rnest), a Petrobrás está fazendo uma avaliação sobre o momento do mercado, junto a assessores financeiros, tentando identificar potenciais compradores. “Estamos discutindo isso com o CADE para que possamos, tão logo possível, retomar os processos. É claro que estamos em um ano de bastante volatilidade do mercado como um todo. Então, acho que esse é um desafio adicional para o ano de 2022. Mas a nossa expectativa é alinhar com o CADE para que possamos lançar os processos [de volta ao mercado] o mais rápido possível”, disse Araújo.
O presidente da Petrobrás, José Mauro Coelho, que fez a abertura da teleconferência, falou brevemente sobre a política de preços da companhia. Em suma, o recado é que tudo continua como está, sem mudanças na fórmula que a empresa tem adotado para definir os preços de seus derivados. “Não podemos nos desviar da prática de preços de mercado, uma condição necessária para a geração de riqueza, não só para a companhia, mas para toda a sociedade Brasileira. É também fundamental para a atração de investimentos no país e para garantir o suprimento dos derivados que o Brasil precisa importar”, avaliou Coelho. “Não é demais lembrar que o Brasil hoje é importador de vários dos principais derivados, como é o caso do diesel, GLP, gasolina e querosene de aviação”, acrescentou.