Investimentos da AES Brasil com foco em eólicas disparam no 1º trimestre
FONTE: Valor Econômico
Avanço na construção dos complexos eólicos Tucanos Cajuína puxaram aportes
A melhora significativa nos níveis dos reservatórios e a disponibilidade de máquinas para geração asseguraram os resultados da AES Brasil no primeiro trimestre de 2022, revertendo a tendência de queda nos lucros registrada no último trimestre. O lucro de R$ 70,9 milhões representa alta de 2,5% em comparação no mesmo período do ano passado.
Entretanto, em função do avanço na construção dos Complexos Eólicos Tucano e Cajuína, os investimentos da geradora totalizaram R$ 300,4 milhões, 490,6% superior ao investido no mesmo período de 2021.
Em entrevista ao Valor, o diretor financeiro, Alessandro Gregori, afirma que a estratégia da companhia segue em fechar contratos, construir projetos e fazer a gestão dos ativos, além de mirar no mercado varejista para clientes de melhor porte com a abertura do mercado livre de energia.
“Teremos a entrega de projetos em andamento, a dinâmica dos resultados positivos em função da disponibilidade dos recursos e o segmento varejista de clientes de menor porte que vem crescendo. É a consolidação da estratégia que temos feito”, diz.
Segundo Gregori, a estratégia de diversificação do portfólio, com a compra de ativos eólicos, também segue em linha com o plano de expansão da companhia. O executivo conta que a companhia tem cerca de 1 GW de projetos em construção e R$ 2,2 bilhões de caixa para fazer frente aos investimentos.
Ao longo do segundo semestre de 2022, o complexo de Tucano começa a operar, adicionando 322 MW, o que deve garantir uma melhor receita operacional.
A meta da diversificação de ativos é reduzir a exposição hídrica, que representa 72% da carteira. A empresa venceu o processo competitivo para a aquisição de projetos eólicos da Renova Energia, no Rio Grande do Norte, e avança na construção do no complexo de Cajuína, no mesmo Estado. Quando todos os projetos estiverem prontos, a empresa deve reduzir a exposição e equilibrar o portfólio para 57% de projetos em hidrelétricos.
“A vantagem de ter um portfólio diversificado permite que a gente tenha compensações. No final das contas, o fato de termos uma hidrologia mais forte permite que a gente entregue mais resultado”. O foco são as operações em eólicas com um preço mais competitivo do que a solar, já que a fonte solar vem perdendo competitividade diante da pressão das cadeias produtivas e o “lockdown” na China.