O projeto de desenvolvimento de Sergipe e uma visão estratégica de país

FONTE: EPBR

Temos discutido intensamente projeto para reindustrialização do Brasil a partir da criação do novo mercado de gás, escrevem Laércio Oliveira e Marcelo Menezes

emos discutido intensamente um projeto de desenvolvimento para o estado de Sergipe e estratégias para a reindustrialização do país a partir da criação do novo mercado de gás natural.

São muitas as iniciativas que poderão alavancar uma nova fase de desenvolvimento de Sergipe, várias delas já implementadas, algumas em planejamento e muitas outras ainda no nosso imaginário.

Temos uma clara visão que é preciso sonhar e persistir na busca das realizações.

Muitas oportunidades são frutos do planejamento e outras surgem de forma inesperada, sendo necessário estarmos atentos a elas para que nada se perca, ou melhor, que não deixemos de atuar no sentido de criar um contexto que estimule e viabilize novos investimentos.

Temos em Sergipe a termoelétrica Porto de Sergipe I, projeto de enorme relevância, capaz de gerar 1.551 MW, proporcionando segurança energética quando da queda de produção da geração renovável, especialmente em crises hídricas como a que enfrentamos recentemente.

Oportunidades de novos negócios

Além da geração elétrica, o projeto contemplou a implantação de um terminal de GNL, com capacidade de armazenamento de 170.000 m³ de gás natural liquefeito (GNL) e regaseificação de até 21 milhões de m³/dia, sendo o consumo da termoelétrica, quando despachada, da ordem de 7 milhões de m³/dia, restando, portanto, uma enorme disponibilidade para suprimento de gás natural para outros usos, ainda não explorados.

Na época do desenvolvimento desse projeto, certamente pelo propósito de ter um custo de energia mais competitivo para garantir o êxito no leilão, deixou-se de contemplar o gasoduto integrante do terminal para a sua conexão com a malha de transporte.

O custo estimado dessa conexão é da ordem de 200 milhões de reais e o investimento do projeto da UTE foi de mais de 5 bilhões de reais, ou seja, apenas 4% daquilo que foi gasto.

A existência de um terminal de GNL não interligado ao sistema de transporte representa uma enorme perda de oportunidade de novos negócios.

Caso a conexão já estivesse implantada, certamente estaria movimentando um grande volume de gás para atender às distribuidoras do Nordeste, comercializadores e consumidores livres, contribuindo assim para o balanceamento do sistema de transporte e para a segurança do suprimento de gás natural da região.