Mercado global de armazenamento deve chegar a US$ 37 bi em 2030, projeta Honeywell

FONTE: EPBR

Gastos com baterias em escala de rede aumentaram mais de 60%, impulsionados pelos novos investimentos em energias renováveis

Em pleno crescimento, o mercado global de armazenamento de energia por baterias deve chegar a US$ 37 bilhões em 2030, impulsionado pelas iniciativas de transição de fontes fósseis para renováveis. A estimativa é da Honeywell, multinacional que desenvolve tecnologias para diferentes setores, entre eles, o energético.

“A mudança chave que vai ocorrer no futuro será de matriz de termelétricas, seja a gás natural ou carvão, para as tecnologias renováveis, como solar e eólica. E o grande desafio hoje para esses mercados é manter o nível de demanda necessária dos consumidores no momento em que não há sol ou vento”, explica José Fernandes, vice-presidente de Performance, Materiais e Tecnologias da Honeywell para a América Latina.

É aí que entram em cena as baterias para armazenar energia e garantir o fornecimento em horários de pico.

Dados da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) mostram que o investimento geral em armazenamento por baterias aumentou quase 40% em 2020, para US$ 5,5 bilhões.

Os gastos com baterias em escala de rede aumentaram mais de 60%, impulsionados pelos novos investimentos em energias renováveis ​​e pela crescente presença de leilões híbridos com armazenamento.

Por outro lado, os investimentos em armazenamento atrás do medidor — para a geração distribuída — caíram 12%. “Esses ativos são geralmente financiados por famílias e pequenas e médias empresas, que foram mais afetadas pela crise do covid-19”, diz a IEA.

Mesmo com as perspectivas otimistas para o armazenamento em grande escala, ainda existem gargalos importantes. Um deles é o tempo de duração das baterias na geração centralizada de energia.

Os sistemas hoje disponíveis no mercado são baterias de íon-lítio, que duram em média quatro horas.

“Estamos falando de baterias de escala realmente muito grande, do tamanho de contêineres. O grande desafio desse mercado é que essas baterias, normalmente, operam de uma a quatro horas. Então, você precisaria ter também um parque de baterias com a capacidade de atender a demanda de uma cidade nos momentos em que não tem geração”, diz Fernandes.

Uma das tecnologias que a Honeywell vem desenvolvendo são baterias de fluxo capazes de armazenar energia solar e eólica em grande escala e duração de até 12 horas.

“Com isso, é possível maximizar a operação de armazenamento de energia e ter a capacidade correta para distribuir essa energia nos momentos que não há geração”, conta.

A tecnologia passou pela fase de avaliação em laboratórios e agora será testada pela Duke Energy, concessionária de energia nos Estados Unidos, que fechou acordo para projeto piloto em escala de serviço público de 60 megawatts-hora a partir de 2023.