Geração distribuída deve adicionar 8 GW no Brasil em 2022, diz presidente da ABGD
FONTE: EPBR
Para Guilherme Chrispim, presidente da Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD), “2022 será o ano da corrida ao sol”. À epbr, o executivo conta que o setor espera alcançar, em um ano, resultado semelhante ao da última década, e adicionar 8 GW de potência.
Entre 2012 e fevereiro de 2022, a geração distribuída acumulou 9,4 GW de potência no Brasil — dos quais 9,2 GW são de instalações fotovoltaicas.
O otimismo em relação ao setor tem pelo menos três motivações de fundo: a crise hídrica, que já no ano passado aqueceu a procura pela geração própria de energia; a aprovação do marco da mini e micro geração distribuída; e os efeitos da guerra na Ucrânia sobre o preço do petróleo e a inflação global.
“As pessoas e empresas olham para esses desafios e buscam soluções para minimizar a exposição ao risco do custo energético”, explica.
O aumento da demanda pelos sistemas fotovoltaicos deve trazer também desafios, tanto no fornecimento de equipamentos quanto em profissionais especializados.
No ano passado, o país atingiu 807,2 mil instalações fotovoltaicas, segundo a Aneel — um crescimento de 100% em relação a dezembro de 2020.
Para atender esse aumento, o mercado brasileiro demandou mais de 9,7 GW em módulos fotovoltaicos em 2021, tanto para GD quanto para geração centralizada. O crescimento foi de 104% em relação a 2020, aponta um estudo da Greener.
Por falar em especialização, uma estratégia para capacitar e engajar a população no tema da geração própria, o projeto Road Show Huawei Solar, que circula desde abril de 2021 pelas cinco regiões do país com minicursos sobre geração própria de energia, será renovado por mais um ano.
Um caminhão itinerante leva uma instalação fotovoltaica e uma sala adaptada para cursos técnicos profissionalizantes.
A proposta é explicar o que é a geração distribuída e esclarecer questões regulatórias e técnicas para a população.
Segundo a ABGD, o caminhão já passou por quase 60 cidades, em 20 estados, certificando mais de dois mil alunos. E alguns governos estudam ampliar o projeto e o tornar permanente nos seus estados.
Em São Paulo, a iniciativa foi selecionada pelo Future Fund 2020 para receber aporte de US$ 10 mil para levar os cursos à região do Vale do Ribeira.
O fundo internacional destaca que o projeto não apenas contribuiu para os planos de recuperação econômica pós-pandemia de covid-19 e a geração de empregos verdes, mas também se alinhou às metas estabelecidas na Política Estadual de Mudanças Climáticas do Estado (PEMC). Veja aqui (.pdf)