Vinci compra terminal portuário da JCR no Paraná

FONTE: Pipeline

Fundo de infraestrutura vai investir R$ 3 bilhões no Porto Pontal, sua primeira transação de logística

A Vinci Partners acaba de fechar a aquisição do terminal Porto Pontal, no Paraná, que pertencia ao grupo JCR, do empresário curitibano João Carlos Ribeiro. O fundo vai investir R$ 3 bilhões de forma escalonada para implementar o projeto, desenhado para ser um dos terminais de contêineres mais modernos da América do Sul. O valor da transação não foi revelado.

A aquisição é o primeiro investimento realizado dentro da estratégia de transporte e logística da área de infraestrutura da Vinci. “Estamos buscando ativos nesse segmento há algum tempo, disputamos aeroportos, fizemos análises de ativos de rodovias e portos, e agora acertamos com o Porto Pontal, um projeto que já namorávamos há um bom tempo”, disse José Guilherme Souza, sócio da Vinci e head de infraestrutura, ao Pipeline. “O projeto tem mérito de localização estratégica e de calado relevante, sem amarras de terminal em porto público.”

A capacidade do Porto Pontal na primeira fase, que deve ser concluída em cerca de quatro ano, será de 1,5 milhão de TEUs (contêineres de 20 pés). Na fase final, dobra esse volume, para 3 milhões de TEUs. O Porto Pontal é um projeto que a JCR tenta desenvolver há quase uma década, entre embates de licenças, regulações e financiamentos. A Vinci assume o projeto já com essa etapa concluída, para a fase de obras.

“Nossa próxima aquisição deve estar ligada a uma das privatizações de companhias de docas”, adianta o executivo. A Vinci avalia entrar no leilão da Codesa, do Espírito Santo, que deve ser um dos primeiros do cronograma público – o fundo já tem uma equipe debruçada na análise há quatro meses. O fundo também tem particular interesse nas privatizações dos portos de Santos e São Sebastião.

A Vinci traçou três rotas para avançar em infraestrutura e vem sendo ativa nos bids nos últimos dois anos, com veículos dedicados por segmento. Alémde transporte e logística, tem buscado também ativos de saneamento e energia elétrica. “O setor elétrico é historicamente relevante para a Vinci, desde a primeira aquisição, no início dos anos 2000, da Cemar. Estamos bastante ativos em transmissão e geração de energia renovável, o que deu origem à nossa área de infraestrutura”, diz Souza.

Em saneamento, a casa chegou a dar lance em consórcio pela concessão de Maceió e Rio, mas não levou. A gestora já tem conversas com outros players para entrarem juntos em próximas concessões. “Vamos ter uma presença relevante nessa área, é questão de tempo. Os desafios, a necessidade de capital e a diferença que uma gestão eficiente pode fazer é muito semelhante ao que aconteceu em energia, mas temos que fechar a equação de risco e retorno”, diz o sócio, referindo-se aos ágios elevados nos últimos leilões.