Atlanta avança rumo ao definitivo
FONTE: Brasil Energia
A Enauta, operadora do ativo, assinará até o início do ano que vem os principais contratos de aquisição de bens e serviços de seu sistema de produção da Bacia de Santos
O projeto definitivo de Atlanta irá avançar, efetivamente, a partir de agora rumo às fases de desenvolvimento e de implantação. A Enauta, operadora do ativo da Bacia de Santos, assinará até o início do ano que vem os principais contratos de aquisição de bens e serviços, o que incluirá a carta de intenção com a Yinson para a conversão e afretamento do FPSO OSX-2, além de toda a parte de risers, barcos de instalação, ANMs, bombas submarinas e outros equipamentos subsea de grande porte.
Os contratos somarão cerca de US$ 1 bilhão, incluindo o aporte no contrato do FPSO. Projetado para produzir 50 mil barris/dia de óleo, o sistema definitivo de Atlanta entrará em operação em meados de 2024, ao norte do atual sistema antecipado de produção.
É possível que a assinatura da carta de intenção com a Yinson seja antecipada e fechada antes do fim de 2021. Desde que foi pré-selecionado no bid conduzido pela Enauta, em agosto, o grupo malaio trabalha ativamente no projeto do FPSO, tendo já realizado inspeções no casco do OSX-2, atualmente docado na Indonésia.
A tendência é de que a Yinson execute a obra de conversão do OSX-2 em Dubai no estaleiro Dubai Dry Docks.
Após sua contratação, a Yinson dará início ao projeto de conversão do FPSO, rebocando o ativo para o estaleiro. A obra será iniciada ainda no primeiro semestre de 2022, com a remoção dos equipamentos e sistemas sem previsão de reaproveitamento.
A conversão do OSX-2 tem prazo de 24 meses. A unidade de produção de Atlanta deve iniciar seu deslocamento para o Brasil em fevereiro de 2024, chegando ao país entre março e abril.
Por enquanto, não há definição se a Yinson ficará à frente da adaptação do turret ou se contratará a SBM ou outra empresa para executar o trabalho.
Net zero
Atenta à questão da redução das emissões de carbono, o projeto definitivo de Atlanta será implantado trazendo inovações tecnológicas, sobretudo em relação ao FPSO. O flare da unidade de produção será fechado.
O FPSO OSX-2 contará também com sistema de inertização dos tanques e uma área específica para o desenvolvimento futuro da tecnologia de sequestro de carbono.
Sistema faseado
Programado para controlar oito poços, o projeto definitivo de Atlanta será colocado em operação em duas etapas. Na primeira, serão interligados seis poços, sendo três novos e três remanejados do atual sistema antecipado de produção, em operação através do FPSO Petrojarl I.
Já a fase 2, contará com dois novos e entrará em operação dois anos depois da etapa inaugural.
A Enauta avalia a possibilidade de a fase 2 vir a ter, futuramente, o reforço de outros dois novos poços. O cenário incremental vem sendo discutido com a ANP, mas ainda não foi aprovado internamente pela petroleira e nem pelo órgão regulador.
A companhia analisa também a hipótese de manter os FPSOs Petrojarl I e OSX-2 operando simultaneamente durante um período no campo. O projeto original da petroleira previa a desmobilização do sistema antecipado de produção em 2023, antes do início da operação do projeto definitivo.
A petroleira está negociando com a Altera a extensão do contrato de afretamento do Petrojarl I, que vence em 2023.
Tudo indica que a renovação acontecerá por até mais dois anos. O FPSO OSX-2 foi construído originalmente para operar no complexo de campos de Tubarão, localizado em águas rasas da Bacia de Campos.
Curto prazo
Além da contratação dos grandes equipamentos e serviços, a Enauta está prestes a fechar o afretamento de sonda que irá perfurar o quarto poço do campo. A companhia pretende iniciar a campanha no fim de 2022 para tentar interligá-lo em 2023 ao FPSO Petrojarl I, caso a negociação de extensão contratual da unidade seja fechada.
Atualmente, o FPSO Petrojarl I vem produzindo cerca de 13 mil barris/dia de óleo, através de dois poços. A produção do terceiro poço foi suspensa em setembro, depois que a bomba submarina voltou a apresentar problemas.
O projeto deve voltar a operar com os três poços a partir de janeiro, quando estima-se uma produção entre 17 mil barris/dia e 18 mil barris/dia de óleo. Ao longo do primeiro semestre, a capacidade de processamento de água do FPSO Petrojarl I será ampliada para 11,5 mil barris/dia.
A Enauta detém 100% do campo de Atlanta e negocia farm-out com os grupos Harbour e Karoon. A expectativa é que as empresas cheguem a um acordo no primeiro trimestre de 2022 . A petroleira brasileira quer manter a operação e ficar com pelo menos 40% do ativo.