PPSA DIZ QUE 2022 SERÁ MARCADO POR INCREMENTO NA PRODUÇÃO DE BÚZIOS, MERO E OUTROS CAMPOS DO PRÉ-SAL
FONTE: Petronotícias
Entraremos em 2022 daqui a pouco mais de duas semanas e o novo ano que se aproxima já traz boas expectativas para o setor de óleo e gás brasileiro. Na camada do pré-sal, onde estão os campos sob contratos de partilha, a projeção é de crescimento da produção, sobretudo em Búzios e Mero, na Bacia de Santos. Essa é a avaliação do presidente da PPSA, Eduardo Gerk, nosso convidado na série especial Perspectivas 2022. O executivo diz que espera um ano de sucesso nas campanhas exploratórias do pré-sal, além de um significativo aumento da produção de Mero, já que o primeiro navio-plataforma definitivo da área, FPSO Guanabara, entrará em produção no primeiro trimestre. “Esperamos, também, um forte incremento da produção oriundo dos contratos de partilha de produção dos excedentes da cessão onerosa, especialmente em Búzios”, acrescentou. Gerk falou também dos principais feitos da PPSA em 2021, como as ações que possibilitaram a realização do segundo leilão dos excedentes da cessão onerosa.
Como foi o ano de 2021 para o senhor e sua empresa?
O ano de 2021 foi de realizações importantes para a PPSA, principalmente no que diz respeito à gestão dos contratos de partilha de produção para a produção dos volumes excedentes da cessão onerosa e à comercialização do petróleo e gás da União.
Para aumentar a atratividade da segunda rodada de licitação dos volumes excedentes da cessão onerosa em regime de partilha de produção, cuja sessão pública está marcada para 17 de dezembro, iniciamos, ainda em 2020, a avaliação geológica dos Campos de Sépia e Atapu e a negociação com a Petrobrás das participações do contrato da cessão onerosa e do contrato de partilha de produção na jazida coparticipada. Posteriormente, estabeleceu-se, entre as atribuições da PPSA, a negociação dos parâmetros e o cálculo do valor da compensação a ser paga pelos futuros contratados em regime de partilha de produção à cessionária Petrobras. Em dezembro de 2020, as participações acertadas entre a PPSA e a Petrobrás foram aprovadas pela ANP [Agência Nacional do Petróleo] e iniciamos 2021 negociando com a estatal os parâmetros para o cálculo do valor da compensação. Em abril, foi celebrado acordo com a Petrobrás que serviu de base para a estipulação dos parâmetros de cálculo e o valor da compensação posteriormente publicados pelo Ministério de Minas e Energia.
Meses depois, tivemos outro marco importante. Assinamos, em junho, o Acordo de Coparticipação de Búzios, o primeiro da indústria do petróleo do Brasil. O Acordo, firmado entre a PPSA, a Petrobrás, a CNODC e a CNOOC, tem por objeto a execução de operações conjuntas no âmbito dos contratos de cessão onerosa e de partilha de produção do excedente da cessão onerosa para o Campo de Búzios. Nele, foram definidas as participações de cada contrato na jazida coparticipada, abrindo caminho para o início da produção, em setembro de 2021, do excedente da cessão onerosa em regime de partilha de produção. Trata-se de um marco para a União, pois, a partir daí, passamos a contar com uma parcela de produção em regime de partilha de produção a partir do campo de Búzios superior a cinco mil barris por dia, com tendência de rápido e relevante crescimento.
Ainda em 2021, aprimoramos nossa governança e nosso programa de integridade, estruturamos melhor nossos modelos de comercialização, aprimoramos nossos procedimentos de gestão dos contratos de partilha de produção e seguimos representando a União em áreas em que uma jazida compartilhada se estende para a área do pré-sal ou para áreas estratégicas.
Encerramos o ano de forma extremamente positiva, com a realização do 3º Leilão de Petróleo da União, na B3, em 26 de novembro. Como resultado, comercializamos 55,7 milhões de barris de petróleo dos campos de Búzios, Tupi e Sapinhoá e da Área de Desenvolvimento de Mero. Obtivemos ágio significativo em todos os lotes ofertados. Pelas nossas estimativas, a União deverá ter uma arrecadação de R$ 25 bilhões em um horizonte de cinco anos.
Como Diretor-Presidente da empresa, estou muito satisfeito com as conquistas e agradeço ao nosso time pelo ano produtivo, em que reafirmamos nosso compromisso de representar os interesses da União na área do pré-sal e maximizar seus resultados.
Quais são as suas perspectivas e de sua empresa para 2022?
O primeiro contrato de partilha de produção celebrado no Brasil foi o de Libra, em dezembro de 2013. Transcorridos oito anos desde então, gerimos 17 contratos de partilha de produção, quatro deles já em fase de produção. Em 2022, realizaremos a gestão dos quatro contratos de partilha dos volumes excedentes da cessão onerosa: Búzios, já em produção, Itapu, que em breve terá seu acordo de coparticipação aprovado pela ANP, marco do início da produção do excedente da cessão onerosa e Atapu e Sépia, em se confirmando nosso pleno otimismo com o resultado do leilão de 17 de dezembro.
Esperamos um ano de sucesso nas campanhas exploratórias e um significativo aumento da produção de Mero, em virtude da entrada da primeira unidade de produção definitiva. Esperamos, também, um forte incremento da produção oriundo dos contratos de partilha de produção dos excedentes da cessão onerosa, especialmente em Búzios.
Continuaremos trabalhando para fomentar inovações e a adoção das melhores práticas nos contratos de partilha de produção e estimular a redução das emissões no pré-sal. Internamente, vamos focar na gestão do conhecimento, de modo a preservar a memória organizacional.
Em um horizonte maior, observamos excelentes perspectivas para a União no pré-sal. Lançamos em novembro a revisão do nosso estudo “Estimativas de Resultados nos Contratos de Partilha de Produção”, elaborado anualmente. Nos próximos dez anos, deverão ser produzidos 8,2 bilhões de barris de petróleo em regime de partilha de produção no Brasil. Desse montante, a União terá direito a 1,5 bilhão de barris de petróleo. Vamos comercializar esta produção e esperamos arrecadar US$ 116 bilhões para os cofres públicos. Há muito trabalho a ser feito.
Quais medidas seriam necessárias para melhorar a nossa economia e dar mais força aos setores de petróleo, gás e energia?
A condução da economia e de políticas públicas cabe ao governo federal e não é nosso papel fazer recomendações. Estamos sempre prontos para colaborar com a implementação das políticas públicas para aumentar a atratividade para os investimentos no setor de petróleo e gás e para a melhoria do ambiente de negócios no país.