FONTE: Valor Econômico

Ao todo, estão previstos investimentos de R$ 2,9 bilhões, em contratos com duração de 35 anos

Os consórcios Alagoas (liderado pela Allonda Ambiental), e Mundau (liderado pela Cymi, do grupo espanhol ACS), foram os vencedores do leilão de saneamento de Alagoas, que concedeu hoje a operação de dois blocos regionais de água e esgoto. Com isso, dois novos grupos, que já vinham tentando entrar no mercado de saneamento, fazem sua estreia no setor.

O consórcio Alagoas, liderado pela Allonda e com participação da Conasa, venceu a concorrência pelo Bloco B, que reúne 34 cidades, nas regiões Agreste e Sertão. O grupo fez uma oferta de R$ 1,215 bilhão, muito acima do valor mínimo de R$ 3,3 milhões. Além disso, assumiu o compromisso de investir R$ 1,9 bilhão para universalizar os serviços.

Em segundo lugar, ficou o consórcio Mundau, que ofereceu R$ 1 bilhão de outorga. O grupo, formado pela Cymi e pela Aviva, chegou a se classificar para a etapa de viva-voz, mas decidiu não elevar a oferta. O consórcio Aegea também chegou a enviar uma oferta, de R$ 33,631 milhões, mas pelo valor ter ficado bem abaixo das primeiras colocadas, ficou de fora da disputa por viva-voz.

Já o consórcio Mundau (Cymi e Aviva) ficou com o Bloco C, que prevê R$ 1 bilhão de investimentos para universalizar os serviços em 27 municípios da Zona da Mata e do Litoral Norte do Estado.

Além do grupo, participaram da concorrência outras duas empresas. A GS Inima, empresa de capital coreano que não vinha participando das últimas disputas, fez uma oferta de R$ 235 milhões. O consórcio Aegea fez proposta de R$ 66,3 milhões. Pela diferença em relação à primeira colocada, não houve etapa de viva-voz.

Os dois grupos vencedores já vinham participando de leilões de saneamento, mas agora fazem sua estreia oficial no mercado de concessões de água e esgoto.

A Cymi já atua no Brasil, no setor elétrico. O consórcio já havia disputado outros dois leilões – do primeiro bloco de Alagoas, vencido pela BRK, e a concessão do Amapá, vencida pela Equatorial. Agora, o grupo espanhol, que tem forte atuação globalmente no setor de infraestrutura, conquista seu primeiro contrato brasileiro no setor.

A Allonda também já vinha tentando conquistar sua primeira concessão de saneamento há tempos. No ano passado, a empresa havia disputado a concessão da Sanesul e a Parceria Público Privada (PPP) de Cariacica (ES) em parceria com a OEC (Odebrecht Engenharia e Construção). Em setembro deste ano, no leilão do Amapá, a companhia viveu uma frustração ao ser desclassificada da disputa por um erro – a oferta entregue pela empresa ficou abaixo do mínimo exigido em edital.

Após a vitória, o presidente da Allonda, Leo Mello, comemorou a vitória.

“Saímos do último leilão tristes por um equívoco material. Mas esses enganos servem para fortalecer a companhia. Estamos muito animados e querendo comemorar muito no dia de hoje”, disse.